Resumo As estatísticas revelam que existe uma correlação entre ser mulher e estar em situação de violência. A violência doméstica é uma das manifestações dessa combinação e tem como agravante o fato de ser perpetrada por homens que mantêm relação de afeto com a mulher e de ser considerada restrita à esfera privada. Além disso, as pesquisas evidenciam que as mulheres trabalhadoras têm maior probabilidade de serem vitimadas do que aquelas que não possuem emprego. Considerando esses dados, o objetivo deste estudo é analisar as adversidades enfrentadas pelas mulheres trabalhadoras em situação de violência doméstica, especialmente a relacionada com sua condição laboral e as relações de trabalho. Para tanto, utilizou-se a metodologia qualitativa, por meio de entrevistas semiestruturadas. Os relatos das mulheres entrevistadas revelaram que os transtornos acarretados pela violência são tanto de ordem mais evidente (perda de performance no trabalho e de oportunidades de ascensão profissional, necessidade de se ausentar, adoecimento etc.) quanto menos aparente (externada pelo sentimento de perda). Destacamos, ainda, que o trabalho não é considerado por elas como pertencente à rede de apoio capaz de ajudá-las a se desvencilhar da violência sofrida.
Abstract Statistics reveal a correlation between being a woman and being a victim of violence. Domestic violence is one example, and its aggravating factor is that it is perpetrated by men who have an affectionate relationship with the woman and is considered restricted to the private sphere. In addition, research shows that working women are more likely to be victimized than those who do not have a job. Therefore, this study analyzes the adversities working women face in situations of domestic violence, especially related to their working conditions and work relationships. A qualitative methodology was used through semi-structured interviews. The interviewees’ reports revealed that the disorders caused by violence are both more evident (loss of labor performance and opportunities for professional advancement, need to be absent, illness, etc.) and less apparent (externalized from the feeling of loss). We also show that they do not consider their work as belonging to the support network capable of helping them to free themselves from violence.
Resumen Las estadísticas revelan que existe una correlación entre ser mujer y estar en situación de violencia. La violencia intrafamiliar es una de las manifestaciones de este binomio y su agravante es el hecho de ser perpetrada por hombres que tienen una relación afectiva con la mujer y de ser considerada restringida al ámbito privado. Además, la investigación muestra que las mujeres que trabajan tienen más probabilidades de ser victimizadas que aquellas que no tienen trabajo. Teniendo en cuenta estos datos, el objetivo de este estudio es analizar las adversidades que enfrentan las mujeres trabajadoras en situaciones de violencia doméstica, especialmente relacionadas con su condición laboral y las relaciones de trabajo. Para ello, se utilizó una metodología cualitativa, a través de entrevistas semiestructuradas. Los relatos de nuestras entrevistadas revelaron que los trastornos provocados por la violencia son tanto más evidentes (pérdida de desempeño laboral y oportunidades de avance profesional, necesidad de ausentarse, enfermedad, etc.) como menos aparentes (exteriorizado por el sentimiento de pérdida). Destacamos también que el trabajo no es considerado por ellas como perteneciente a la red de apoyo capaz de ayudarlas a librarse de la violencia sufrida.