RESUMO O artigo apresenta uma análise preliminar de um processo de sujeição criminal de manifestantes dos protestos de junho de 2013, na cidade de São Paulo. O conceito de “sujeição criminal” foi formulado inicialmente para compreender o “marginal” e o “bandido” como sujeitos criminais produzidos pela intervenção policial e judiciária em um contexto de violência urbana estruturado por desigualdades. Todavia, empregá-lo na análise dos processos de subjetivação de atores envolvidos em práticas contestatórias de evidente conteúdo político faz surgir algumas questões: Como compreender processos de sujeição criminal incidentes sobre ativistas políticos e movimentos sociais? Quais os efeitos sociais e políticos desses processos para a constituição de um espaço político-democrático e para a legitimação das ações políticas contestatórias na política brasileira? Para responder a essas questões, a pesquisa analisou procedimentos criminais, documentos institucionais, entrevistas com manifestantes e operadores da justiça criminal, e textos jornalísticos.
ABSTRACT This article aimed to analyze a criminal subjection process identified in a study about the criminalization of protests held in June 2013 in the city of São Paulo. Initially formulated to understand the “marginal” and the “bandit” as criminals produced by police and judicial intervention in a context of urban violence structured by inequalities, using the concept of criminal subjection in the analysis of the subjectification processes of actors involved in protest practices with evident political content raises specific questions: How to understand criminal subjection processes affecting political activists and social movements? What are the social and political effects of these processes for the constitution of a democratic political space and the legitimation of political protest in Brazilian politics? To answer these questions, this study analyzed criminal proceedings, institutional documents, interviews with protesters and criminal justice agents and authors of media texts.
RESUMEN El artículo presenta un análisis preliminar del proceso de sujeción criminal de manifestantes en las protestas de junio del 2013 en la ciudad de São Paulo. El concepto de “sujeción criminal” fue formulado inicialmente para comprender al “marginal” y al “bandido” como sujetos criminales producidos por la intervención policial y judicial en un contexto de violencia urbana estructurado por desigualdades. Sin embargo, emplearlo en el análisis de los procesos de subjetivación de actores involucrados en prácticas contestatarias de evidente contenido político genera algunas preguntas: ¿Cómo comprender procesos de sujeción criminal incidentes sobre activistas políticos y movimientos sociales? ¿Cuáles son los efectos sociales y políticos de esos procesos para la constitución de un espacio político democrático y para la legitimación de las acciones políticas contestatarias en la política brasilera? Para responder a esas preguntas, la investigación analizó procedimientos criminales, documentos institucionales, entrevistas con manifestantes y operadores de la justicia criminal, y textos periodísticos.
RÉSUMÉ L’article présente une analyse préliminaire d’un processus de sujétion criminelle de manifestants aux manifestations de juin 2013 dans la ville de São Paulo. Le concept de “sujétion criminelle” a été initialement formulé pour comprendre les termes “marginal” et “bandit” comme des sujets criminels produits par l’intervention policière et judiciaire dans un contexte de violence urbaine structurée par des inégalités. Cependant, son utilisation dans l’analyse des processus de subjectivation des acteurs impliqués dans la contestation de pratiques à contenu politique évident soulève quelques questions: comment comprendre les processus de sujétion criminelle des militants politiques et des mouvements sociaux? Quels sont les effets sociaux et politiques de ces processus pour la constitution d’un espace politique démocratique et pour la légitimation des actions politiques contestataires dans la politique brésilienne? Pour répondre à ces questions, l’enquête a analysé des procédures pénales, des documents institutionnels, des entretiens avec manifestants et opérateurs de la justice pénale, et des textes journalistiques.