Resumo Introdução A tendência de redução da cárie dentária tem sido constatada, apesar de maiores investigações sobre seu padrão e desenvolvimento serem ainda necessárias. Objetivo investigar a influência de variáveis clínicas, sociais e ambientais sobre a cárie em adolescentes de um município brasileiro com água fluoretada, no ano de 2018. Método Empregou-se uma amostra não probabilística de 277 adolescentes de 12 anos, de escolas públicas de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil. Exames clínicos foram realizados por examinadores calibrados, para avaliação de cárie, doença periodontal e fluorose, sob critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS). Questionários semiestruturados foram aplicados para coletar informações socioambientais. Resultados Indivíduos residentes em regiões com flúor na água em subdoses (OR=3,60, p=0,0006), e aqueles com baixa renda (OR =1,90, p=0,0444), com presença de gengivite (OR = 3,36; p = 0,0016) e cuja razão para a visita ao dentista foi para tratamento dentário (OR=2,41; 0,0203), apresentaram mais chances de terem cárie. Uma redução significativa (p<0,0001) nos índices de cárie foi observada entre 2012 (primeiro levantamento epidemiológico) e 2018. Conclusão A fluoretação das águas de abastecimento público, quando em níveis não adequados, assim como outras variáveis sociais e clínicas, podem influenciar o padrão de cárie nos adolescentes.
Abstract Background Although a trend towards dental caries reduction has been observed, further investigations on its pattern and development are still needed. Objective To investigate the influence of clinical, social and environmental variables on dental caries prevalence in adolescents from a Brazilian municipality supplied with fluoridated water in 2018. Method This study was conducted with a non-probabilistic sample of 277 adolescents aged 12 years of public schools in Nova Friburgo, state of Rio de Janeiro, Brazil. Clinical examinations were carried out by calibrated examiners to assess caries, periodontal disease, and fluorosis according to criteria of the World Health Organization (WHO). Semi-structured questionnaires were applied to record socio-environmental information. Results Individuals living in regions supplied with fluoridated water below the minimum required levels (OR=3.60, p=0.0006), with low income (OR=1.90, p=0.0444), presence of gingivitis (OR=3.36; p=0.0016), and whose reason for visiting the dentist was dental treatment (OR=2.41; p=0.0203) were more likely to have dental caries. A significant reduction (p<0.0001) in dental caries indexes was observed between 2012 and 2018. Conclusion Fluoridation of public water supply at unsuitable levels, as well as other social and clinical variables can influence the caries pattern in adolescents.