RESUMO OBJETIVO Avaliar prevalência de relato de sintomas característicos de covid-19 entre indivíduos com e sem anticorpos e identificar aqueles com maior capacidade de predição da presença de anticorpos contra o SARS-CoV-2. MÉTODOS O presente estudo usa dados coletados nas fases de 5 a 8 do Epicovid-19-RS. A presença de anticorpos contra o SARS-CoV-2 foi avaliada por um teste rápido. Avaliou-se também a ocorrência dos sintomas tosse, febre, palpitações, dor de garganta, dificuldade para respirar, alterações no paladar e olfato, vômito, diarreia, dor no corpo, tremedeira e dor de cabeça, desde março de 2020. Então, calculou-se a capacidade de predição dos sintomas avaliados em relação a presença de anticorpos. RESULTADOS Nas fases de 5 a 8, 18 mil indivíduos foram entrevistados e 181 apresentaram anticorpos contra covid-19. A proporção de indivíduos assintomáticos foi de 19,9% entre participantes com anticorpos e 49,7% entre aqueles sem anticorpos. Todos os sintomas foram relatados com maior frequência por indivíduos com presença de anticorpos. A divisão da prevalência de sintomas entre indivíduos com anticorpos pela prevalência entre indivíduos sem anticorpos evidenciou as seguintes razões de prevalência: para alterações de olfato ou paladar (9,1), febre (4,2), tremedeira (3,9), dificuldade respiratória (3,2) e tosse (2,8 vezes). Anosmia e febre foram os sintomas com maior capacidade de predizer a presença de anticorpos. CONCLUSÃO A prevalência de sintomas foi maior entre indivíduos com anticorpos contra SARS-CoV-2. A proporção de indivíduos assintomáticos foi baixa. Alteração de olfato ou paladar e febre foram os sintomas que mais predizem a presença de anticorpos. Esses resultados podem auxiliar a identificação de casos prováveis, contribuindo para o diagnóstico clínico e triagem de pacientes para testagem e orientação de isolamento em casos positivos, especialmente em cenários de escassez de testes diagnósticos de covid-19.
ABSTRACT OBJECTIVE To evaluate the prevalence of reports of symptoms of COVID-19 among individuals with and without antibodies and identify those with greater capability to predict the presence of antibodies against SARS-CoV-2. METHODS The study uses data collected in phases 5 to 8 of Epicovid-19-RS. The presence of antibodies against SARS-CoV-2 was evaluated by a rapid test. The occurrence of cough, fever, palpitations, sore throat, difficulty breathing, changes in taste and smell, vomiting, diarrhea, body pain, shaking, and headache since March 2020 was also evaluated. Then, the capability to predict the evaluated symptoms concerning the presence of antibodies was calculated. RESULTS A total of 18,000 individuals were interviewed and 181 had antibodies against COVID-19 in phases 5 to 8. The proportion of asymptomatic individuals was 19.9% among participants with antibodies and 49.7% among those without antibodies. All symptoms were reported more frequently by individuals with antibodies. The division of the prevalence of symptoms among individuals with antibodies by the prevalence among individuals without antibodies showed the following prevalence ratios: for changes in smell or taste (9.1), fever (4.2), tremors (3.9), breathing difficulty (3.2) and cough (2.8 times). Anosmia and fever were the symptoms with a greater capability to predict the presence of antibodies. CONCLUSION The prevalence of symptoms was higher among individuals with antibodies against SARS-CoV-2. The proportion of asymptomatic individuals was low. Altered smell or taste and fever were the symptoms that most predict the presence of antibodies. These results can help to identify probable cases, contributing to the clinical diagnosis and screening of patients for testing and isolation guidance in positive cases, especially in scenarios of the scarcity of diagnostic COVID-19 tests.