Resumo Contexto: O ambiente acadêmico pode desencadear nos estudantes inseridos nesse contexto experiências que implicam sofrimento psíquico, impactam em seus relacionamentos e qualidade de vida, além de comprometerem o desempenho nas atividades diárias. Objetivo: Compreender as experiências vivenciadas pela população estudantil lésbica, gay, bissexual, trans, queer, intersexual, assexual, entre outros (LGBTQIA+) no contexto universitário a fim de explorar os fatores que implicam em sofrimento psíquico. Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática de artigos publicados entre 2009 a 2019, nas bases: SciELO, PubMed e BVS. Seguiram-se critérios de inclusão e exclusão, e metodologia PRISMA. Resultados: Foram selecionados 8 artigos, e agrupados em duas categorias temáticas: clima do campus e medidas de intervenção. Entender o ambiente universitário como um espaço seguro permite a expressividade do estudante enquanto indivíduo LGBTQIA+, pois aspectos vivenciados na Universidade são relacionados como possíveis preditores de depressão, ansiedade, autoagressão e comportamentos suicidas. Quanto às medidas de intervenção, são expostas estratégias resultantes da interação entre grupos LGBTQIA+ de mobilização estudantil e o regimento interno das universidades de forma a reforçar para todos do campus que o comportamento anti-LGBTQIA+ não é tolerável tampouco aceitável. Conclusões: A atitude à temática LGBTQIA+, bem como as experiências vividas por esses estudantes na Universidade, podem afetar sua saúde psicológica e física. Para que a quebra do padrão heteronormativo de sexualidade e gênero, então, ocorra, apenas seu reconhecimento não é suficiente, é necessário que se construa um paradigma de diversidade como norma.
Abstract Background: Behaviors experienced in an academic environment may trigger experiences that imply psychic suffering, impact one’s relationships and quality of life, besides compromising daily activities. Influencing these issues are the socioeconomic conditions of the student, compatibility of the study with the insertion in the labor market, age, gender, determination and willingness to continue. Aim: To understand the experiences of the lesbian, gay, bisexual, trans, queer, intersexual, asexual, among others (LGBTQIA+) university students in order to explore the factors that imply psychic suffering. Methods: Sistematic review of articles published between 2009 and 2019, in the databases: Scientific Electronic Library Online (SciELO), US National Library of Medicine (PubMed) and Virtual Health Library (VHL). Inclusion and exclusion criteria, and the PRISMA method were followed. Results: Eight articles were selected and grouped into two thematic categories: campus climate and intervention measures. Understanding the university environment as a safe space allows the expressiveness of the student as an LGBTQIA+ individual for aspects experienced at the University are related as possible predictors of depression, anxiety, self-aggression and suicidal behaviors. As for intervention measures, strategies resulting from the interaction between LGBTQIA+ student mobilization groups and the University's inlaws are exposed in order to reinforce to everyone on campus that anti-LGBTQIA+ behavior is not tolerable nor acceptable. Conclusions: the attitude towards LGBTQIA+ themes, as well as the experiences lived by said students, may affect their psychological and physical health. For breaking the heteronormative pattern of sexuality and gender, only its recognition is not enough, it is necessary to construct a paradigm where diversity is the norm.