OBJETIVO: pesquisar fatores que motivam a prática de sexo seguro, investigando os antecedentes da intenção de uso do preservativo masculino na população de jovens estudantes da cidade de Belo Horizonte. MÉTODOS: um levantamento, baseado na Teoria do Comportamento Planejado (TCP), foi realizado em amostra de 732 estudantes, com idade entre 18 e 19 anos. Utilizando-se regressão múltipla em dados obtidos com questionário anônimo, investigou-se a importância de antecedentes da intenção de usar preservativo masculino, a saber: atitude, norma subjetiva, norma moral, resistência à tentação e controle percebido. Procurou-se ainda evidenciar diferenças comportamentais e de atitudes entre as classes sociais alta e baixa e entre homens e mulheres, por meio de teste t, para comparação de médias de amostras independentes. RESULTADOS: na amostra global não foi verificada associação significativa entre atitude e intenção comportamental. No teste da TCP, quando a intenção de uso do condom foi operacionalizada como decisão de uma única pessoa relativa ao uso de preservativo (intenção-eu), explicou-se maior percentual da variância da intenção do que quando se interpretou a intenção como decisão conjunta do casal (intenção-nós). Não houve diferenças significativas entre grupos de classe social alta e baixa, mas encontraram-se algumas entre homens e mulheres. Homens mostraram menor resistência à tentação de não usar preservativo. Na avaliação da pressão social (norma subjetiva), médicos e mães destacam-se como as influências mais expressivas em relação à intenção de uso do condom, especialmente entre as mulheres. A inclusão do antecedente 'norma moral' aumentou a variância explicada da intenção de uso de condom de 22 para 31%. CONCLUSÕES: diferenças atitudinais entre homens, que são menos resistentes à tentação de não usar preservativo, e mulheres, que destacam a importância da influência de ginecologistas e pais na orientação para que façam sexo seguro, podem nortear campanhas para promover o uso regular de preservativos.
PURPOSE: to investigate factors that motivate safe sex practice, searching for antecedents of the intention to use condom among the population of young students in Belo Horizonte. METHODS: a survey based on the Theory of Planned Behavior (TPB) has been carried out in a sample of 732 students, with ages from 18 to 19 years old. Using the multiple regression analysis on data obtained from an anonymous questionnaire, the importance of antecedents of the intention to use condom, such as: attitude, subjective norm, moral norm, resistance to temptation and perceived control, was investigated. Differences in behavior and attitudes between high and low social classes and between men and women were also assessed, through the t-test for means' comparison between independent samples. RESULTS: in the overall sample, the significant association of attitude and behavioral intention was not detected In the TPB, a higher percent of the intention variance was explained when only one of the partners was responsible for the decision of using the condom (intention-me), than when it was a joint decision of the couple (intention-us). There has been no significant difference between high and low social class groups, but differences have been found between men and women. Men have shown less resistance to the temptation of not using condom. In the evaluation of social pressure (subjective norm), medical doctors and mothers seem to have more influence on the intention to use condom, especially among women. The inclusion of the moral norm antecedent has increased the explained variance in the intention to use condom from 22 to 31%. CONCLUSIONS: attitude differences between men, less resistant to the temptation of not using condom, and women, who highlight the importance of gynecologists and parents' influence in advising about safe sex, may guide campaigns to promote the regular use of condoms.