No contexto do manuseio do câncer diferenciado de tireóide com 131I, faz-se histórico e descrição das dietas com restrição de iodo (DRI). Elabora-se DRI mais abrangente e auto-explícita. Expõem-se mecanismos de aumento de captação pelas DRI, baseados na expoliação de iodo. Comprova-se a eficacia das DRI em favorecer expoliação e rastreamento; o possível benefício quanto a dose ablativa; não ter-se demonstrado efeito em dose terapêutica, quiçá por insuficiente pesquisa; a importância de obter iodúria inferior a 50ug/dia ou 50ug/g creatinina, para prevenir contaminação e avaliar a eficácia e adesão a DRI. Diante da excessiva ingestão de iodo nos EUA, Reino Unido e países asiáticos, com resultante queda na atividade iodocaptante, deplora-se a escassa adoção de DRI, em relatos de centros de pesquisa, cuja credibilidade só é sustentável, admitindo-se tácita prescrição de DRI informal, raramente constando em "Materiais e Métodos". Outrossim, condena-se o aumento de dose de 131I, na contaminação: a rápida expoliação de iodo por DRI é eficiente e inócua. Comenta-se a inexistência de DRI publicada no Brasil, duvidando-se de sua necessidade, face à deficiência endêmica de iodo, em algumas regiões. O desconhecimento de seu conteúdo, e de eventual excesso, em alguns alimentos, conduz o autor a elaborar algoritmo: 1. Avaliação de quota de iodo alimentar das populações, ou 2. Exclusão de contaminação, pela medida da iodúria, ou 3. Prescrição de DRI. O autor propõe o axioma: "A DRI pode às vezes não ser benéfica, a contaminação é sempre maléfica".
In the context of differentiated thyroid cancer management with radioiodine, a gradual description of low iodine diets (LIDs) is undertaken. A more ample and autoexplicit one is reported, as well as the mechanisms of uptake increase, based on iodine depletion. The efficiency of LIDs in favoring iodine depletion and scanning, as potentially useful for 131I ablation, but unsettled for 131I treatment, is examined under the distress of wanting research on the subject. The usefulness of urinary iodine assay to avoid contamination, to appraise adherence to, and efficiency of LIDs, is stressed. In face of increased intake of iodine in the USA, UK and Pacific regions, it is to regret the scarce LID adoption in reports, whose credibility stands only on the belief of tacit informal LID prescription, rarely inserted in "Material and Methods". It is disapproved too the increase in 131I dose, in case of contamination, since quick depletion of iodine by LID is harmless and efficient. As there is an endemic deficiency of iodine in some regions, it is to doubt the need of LID in Brazil, where no one has been published. Nevertheless, as neither the iodine content of foods, nor the existence of fortuitous excess in some foods are known, the author dares to suggest the following algorithm: 1. To estimate populations food iodine content, or 2. To obviate contamination, by urinary iodine assay, or 3. To prescribe a LID. The author presents the axiom: "Maybe LIDs are sometimes unhelpful, contamination is always harmful."