Abstract This article examines the production of adult personhood among the Wauja of the Upper Xingu by describing female and male seclusion practices (the former associated with first menstruation). The reports and descriptions presented are the result of ethnographic research conducted by the author among his community in the Ulupuwene village, Xingu Indigenous Territory, and include participant observation and interviews. The phases, rules, and dangers of seclusion are discussed, along with the learning processes among the young people during this period and the production of adult corporality, beauty, health, and happiness through the life histories of the Wauja community. The collected ethnographic data are then contrasted with other ethnographic texts and descriptions and the anthropological literature on seclusion practices in the Upper Xingu region and elsewhere in the Amazon. The author sheds light on how and why the Wauja understand the puberty seclusion process to be the foundation of social production of adult individuals, arguing that this process simultaneously produces adult bodies and masters of the traditional culture.
Resumo Este artigo apresenta a produção da pessoa Wauja a partir do estudo específico das práticas da reclusão feminina (associada à primeira menstruação) e masculina da comunidade Wauja, do Alto Xingu. Os relatos e as descrições apresentados resultam da pesquisa etnográfica e da experiência de vida do autor junto à sua comunidade, na aldeia Ulupuwene, Território Indígena do Xingu (TIX), incluindo observação, participação e realização de entrevistas. Discute-se as etapas, as regras e os perigos da reclusão, os processos de aprendizado dos/as jovens durante este período e a produção do corpo, da beleza, da saúde e da alegria, a partir da história de vida das pessoas da comunidade Wauja. Apresentando os dados coletados, remete-se para estudos de caso sobre a prática da reclusão no Alto Xingu e na Amazônia. O autor coloca em evidência como e por que os Wauja entendem a reclusão pubertária como a base de educação e da formação social das pessoas, argumentando que é através dela que se produz, ao mesmo tempo, corpos adultos e mestres da cultura do seu povo.