INTRODUÇÃO: Tradicionalmente, os estudos da cinética do consumo de oxigênio são conduzidos a intensidades de exercício baixas, bem distintas daquelas em que o desempenho desportivo acontece. OBJETIVO: Considerando que a magnitude da cinética deste parâmetro fisiológico depende da intensidade a que o esforço é realizado, pretendeu-se com este trabalho comparar a cinética do consumo de oxigênio em 200 m crowl nadados a duas intensidades distintas: moderada e extrema. MÉTODOS: Dez nadadores do sexo masculino, de nível internacional, realizaram dois testes separados: (i) protocolo progressivo e intervalado de7 x200 m, com 30 segundos de intervalo e incrementos de 0,05 m.s-1 para determinação do patamar correspondente ao limiar anaeróbio; e (ii) 200 m à máxima velocidade. Em ambos, realizou-se uma recolha contínua de gases expirados respiração-a-respiração. RESULTADOS: Diferenças significativas foram obtidas na amplitude e constante temporal determinadas nos 200 m nadados à intensidade extrema e moderada, respectivamente: 38,53 ± 5,30 versus 26,32 ± 9,73 ml. kg-1.min-1 e 13,21 ± 5,86 versus 18,89 ± 6,53 s (p ≤ 0,05). Não foram encontradas diferenças no atraso temporal (9,47 ± 6,42 versus 12,36 ± 6,62 s (p ≤ 0,05), à intensidade extrema e moderada, respectivamente. O atraso temporal correlacionou-se negativamente com a constante temporal à intensidade moderada (r = -0,74, p ≤ 0,05). CONCLUSÕES: Ambas as intensidades estudadas foram bem descritas por aproximações mono-exponenciais, tendo-se verificado diferenças significativas entre as mesmas no que concerne à amplitude e constante temporal.
INTRODUCTION: Traditionally, studies regarding oxygen consumption kinetics are conducted at lower intensities, very different from those in which the sports performance occurs. OBJECTIVE: Knowing that the magnitude of this physiological parameter depends on the intensity in which the effort occurs, it was intended with this study compare the oxygen consumption kinetics in the 200 m front crawl at two different intensities: moderate and extreme. METHODS: Ten international male level swimmers two separate tests by 24h: (i) progressive and intermittent protocol of 7 x 200 m, with 30 seconds intervals and with increments of 0.05m.s-1, to determine the anaerobic threshold correspondent step; and, (ii) 200 m at maximal velocity: in both expiratory gases were continuously collected breath-by-breath. RESULTS: Significant differences were obtained between amplitude and time constant determine in the 200 m at extreme and moderate intensities, respectively (38,53 ± 5,30 ml. kg-1.min-1 versus 26,32 ± 9,73 ml. kg-1.min-1 e 13,21 ± 5,86 s versus 18,89 ± 6,53 s (p ≤ 0,05). No differences were found in time delay (9,47 ± 6,42 s versus 12,36 ± 6,62 s, at extreme and moderate intensity, respectively (p ≤ 0.05). A negative correlation between time delay and time constant at the moderate intensity was reported (r = - 0,74, p ≤ 0,05). CONCLUSIONS: Both intensities were well described by double-exponential fittings, and there were significant differences between them in terms of amplitude and time constant.