Abstract Adolescents with Attention-Deficit/hyperactivity disorder (ADHD) may be at risk of developing eating disorders during the pandemic. Not only obesity has been pointed out as a comorbidity of ADHD, but also weight loss secondary to treatment with psychostimulants is a frequent concern. We aimed to assess Body Mass Index (BMI) at one-year of pandemic, in adolescents with ADHD and normal weight at the beginning of the pandemic in Portugal, and to study the association between eating behaviors and the variation of BMI z-score values in 12 months. Adolescents aged 10-17 years with ADHD and normal weight (P5 ≤ BMI < P85) in February 2020 were included. We applied the Child Eating Behavior Questionnaire. We included 59 patients, 41 (69.5%) males, mean age 13±2.02 years. At one-year of pandemic, five (8.6%) patients were underweight, 42 (72.4%) maintained normal weight and 11 (19%) were overweight. We obtained significant positive correlations between the variation of BMI z-score values and the subscales “Enjoyment of food” (ρ=0.439; p<0.001), “Food responsiveness” (ρ=0.334; p=0.01) and “Emotional over-eating” (ρ=0.273; p=0.038) and a significant negative correlation with “Satiety responsiveness” (ρ=-0.279; p=0.034). “Enjoyment of food”, “Food responsiveness”, “Satiety responsiveness” and “Emotional over-eating” were the eating behaviors with highest influence on weight status in adolescents with ADHD during the first year of pandemic. Anthropometric measurements of these patients should be carefully monitored in the future.
Resumo Adolescentes com Perturbação de Hiperatividade/Défice de Atenção (PHDA) poderão constituir um grupo de risco para perturbações alimentares durante a pandemia. Não só a obesidade tem sido apontada como co-morbilidade da PHDA, como também a perda ponderal secundária ao tratamento com psicostimulantes é uma preocupação frequente. Pretendeu-se determinar o Índice de Massa Corporal (IMC) após um ano de pandemia, em adolescentes seguidos por PHDA com peso normal no início da pandemia em Portugal, e estudar a associação entre comportamentos alimentares e a variação do z-score de IMC em 12 meses. Adolescentes entre 10 e 17 anos com PHDA e peso normal (P5 ≤ IMC< P85) em fevereiro 2020 foram incluídos. Aplicou-se o Questionário do Comportamento Alimentar de Crianças. Incluíram-se 59 doentes, 41 (69,5%) do sexo masculino, média de idades 13±2,02 anos. Após um ano, cinco (8,6%) apresentavam baixo peso, 42 (72,4%) mantiveram peso normal e 11 (19%) evoluíram para excesso de peso. Obteve-se uma correlação positiva significativa entre a variação de z-score de IMC e as subescalas “Prazer na comida” (ρ=0,439; p<0,001), “Resposta à comida” (ρ=0,334; p=0,01) e “Sobre-ingestão emocional” (ρ=0,273; p=0,038) e uma correlação negativa significativa com a “Resposta à saciedade” (ρ=-0,279; p=0,034). O “Prazer na comida”, a “Resposta à comida”, a “Resposta à saciedade” e “Sobre-ingestão emocional” foram os comportamentos alimentares determinantes da evolução ponderal de adolescentes com PHDA durante o primeiro ano de pandemia. Os parâmetros antropométricos destes doentes deverão ser cuidadosamente monitorizados no futuro.