Resumo O grande e crescente contingente de migrantes no mundo atual que se move para diferentes direções, ocupando lugar periférico em termos espaciais, ocupacionais, educacionais e de acesso aos serviços públicos, nos leva a problematizar acerca das análises sobre o fenômeno da migração. Nesta direção, apresentamos alguns subsídios teóricos para a pesquisa sobre a temática. O objetivo é contribuir com análises que busquem ir além da aparência e visem captar as múltiplas determinações do concreto, ou seja, compreender a realidade que move os trabalhadores e suas famílias a migrar. Compreendemos que o movimento migratório acompanha o próprio processo de expansão do capital na direção da acumulação, visto que a acumulação capitalista produz uma população trabalhadora supérflua, segundo Marx, disponível para ser lançada em diferentes locais e ramos de produção. Concluímos que a categoria migração, na perspectiva do materialismo histórico, é um fenômeno que tem origem na expropriação dos meios de subsistência e na exploração do trabalho e, portanto, não pode ser compreendida fora destes processos. Nessa perspectiva, lançamos mão das categorias acumulação, mercadoria, exército industrial de reserva e expansão espacial do capital para a análise do deslocamento dos trabalhadores.
Abstract The large and growing contingent of migrants in the world today who move in different directions, occupying a peripheral place in terms of space, occupation, education and access to public services, leads us to problematize analyses about the phenomenon of migration. In this direction, we present some theoretical supports for research about this theme. The objective is to contribute with analyses that seek to go beyond appearances and capture the multiple determinations of the concrete, that is, to understand the reality that moves workers and their families to migrate. We understand that migratory movements accompany the process of capital expansion in the direction of accumulation, given that capitalist accumulation produces a population of surplus labor, according to Marx, which is available to be sent in different locations and production sectors. We conclude that the category of migration a historical materialist perspective is a phenomenon that originates in the expropriation of the means of subsistence and the exploitation of labor, and therefore, cannot be understood outside of these processes. In this perspective, we use the categories of accumulation, commodity, industrial reserve army and spatial expansion of capital to analyze the movement of workers.