Objetivo: Avaliar a associação entre altas dosagens de derivados da 4-aminoquinolona com alterações na acuidade visual, fundo de olho e campo visual. Métodos: Estudo prospectivo de 86 pacientes em uso de cloroquina ou hidroxicloroquina (Plaquinol<FONT FACE=Symbol>â</FONT>) cuja visita inicial consistiu do exame da acuidade visual, biomicroscopia do segmento anterior do olho, oftalmoscopia binocular indireta, campimetria computadorizada (estímulo vermelho, programa 10.2-central), cálculo da dose diária e dose cumulativa usada pelo paciente. Consideradas doses cumulativas tóxicas de cloroquina <FONT FACE=Symbol>³</FONT>100 g e hidroxicloroquina (Plaquinol<FONT FACE=Symbol>â</FONT>) <FONT FACE=Symbol>³</FONT>300 g. Resultados: Todos os 86 pacientes examinados eram mulheres, média de idade = 45,08 anos (DP=14,63), usando cloroquina (n=13) ou hidroxicloroquina (n=73). Verificou-se uma associação entre a exposição às drogas e a baixa da visão com significância estatística (p=0,05) e risco relativo=0,3 (IC=0,1-1,1). À fundoscopia, nenhum paciente usuário de cloroquina (dose não tóxica) apresentou alteração macular e 41,7% (n=5) daqueles com doses tóxicas apresentaram alterações. No grupo da hidroxicloroquina, 21,8% (n=13) apresentaram alterações fundoscópicas com doses não tóxicas, e 17,6% (n=3) com doses tóxicas. Comparando pacientes com alterações campimétricas e aqueles sem alterações nos grupos usando cloroquina (p=0,423) e hidroxicloroquina (p=0,999), não houve diferença estatisticamente significativa entre alteração de campo visual e dose tóxica da droga. Conclusão: A perda visual maior ocorreu nos usuários de cloroquina. Esse dado ressalta a importância da medida da acuidade visual na avaliação e acompanhamento de pacientes em uso dos derivados da 4-aminoquinolona. Não foi observada diferença significativa entre os usuários de altas e baixas doses dos derivados da 4-aminoquinolona que apresentaram alteração de campo visual.
Purpose: To evaluate the association between high doses of 4-aminoquinolone derivatives and loss of visual acuity, visual field defects, and fundus changes. Methods: Prospective study of 86 patients in use of chloroquine or hydroxychloroquine (Plaquinol<FONT FACE=Symbol>â</FONT>) whose initial visit consisted of visual acuity testing, anterior segment slit lamp examination, indirect ophthalmoscopy, computerized perimetry (red stimulus, program 10.2-central), calculation of the daily and cumulative dose used. Cumulative toxic doses were considered <FONT FACE=Symbol>³</FONT>100 g for chloroquine and <FONT FACE=Symbol>³</FONT>300 g for hydroxychloroquine. Results: All examined eighty-six patients were women, the average age was 45.08 years in use of chloroquine (n=13) or hydroxychloroquine (n=73) (Plaquinol<FONT FACE=Symbol>â</FONT>). There was a marked correlation between the use of medication and decrease in vision (p=0.05) with a relative risk of 0.3 (CI 95% 0.1-1.1). Slit lamp examination of the anterior segment was unremarkable in all patients. Fundus examination of chloroquine patients taking nontoxic doses failed to reveal any abnormalities and 41.7% (n=5) of the patients using toxic doses had fundus abnormalities. In the hydroxychloroquine group, 21.8% (n=13) had fundus abnormalities while using nontoxic doses and only 17.6% (n=3) using toxic doses presented fundus abnormalities. Comparing the patients with and without visual field defect in the chloroquine group (p=0.423) and hydroxychloroquine group (p=0.999), there was no statistical difference between the visual field defect and the drug dosage. Conclusion: Loss of vision was greater in chloroquine patients. This information is relevant to stress the importance of visual acuity testing to follow-up patients treated with 4-aminoquinolone derivatives. The presence of visual field defects was not statistically different between patients on high or low doses of 4-aminoquinolone derivates.