Resumo Este estudo objetivou conhecer e analisar as representações sociais acerca do crack elaboradas por dependentes químicas em tratamento, utilizando a Teoria das Representações Sociais. Participaram 45 usuárias de crack (idade média de 29,11 e DP = 7,99), internas em comunidades terapêuticas e clínicas de reabilitação, nos estados da PB e PE. Como instrumentos, foram utilizados um questionário e uma entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados por meio do software Alceste. Os resultados indicaram que o crack é representado como um elemento devastador e desagregador, responsável por causar abandono ou afastamento das funções femininas. Verificou-se ainda que a figura da mulher usuária é vista como um problema de ordem moral, ocasionando uma representação depreciativa. Essas construções, ao mesmo tempo em que são individuais e sociais, exercem influência na forma como a sociedade encara a mulher dependente química, reforçando barreiras sociais que dificultam a procura de tratamento e a recuperação das usuárias.
Abstract This research aimed at knowing and evaluating crack-related social representations as elaborated by under-treatment drug-addicts, using the Theory of Social Representations. 45 crack-users on an internship program in Therapy Communities and Rehabilitation Centers in the States of PB and PE participated in the referred study. As instruments for this approach, a questionnaire and a semi-structured interview were used. The data was analyzed by the Alceste software. Outcomes showed that crack is represented as a devastating and disaggregating element that leads to the abandonment and digression of female functions. It was also highlighted that the figure of the female user is accounted as a major moral-order problem, resulting in a depreciative representation. These constructions, as being individual and social at the same time, lead to a great influence over how society sees the female drug-addict, strengthening social barriers which make it difficult to achieve treatment, and the recovery of the user.
Resumen Este estudio tuvo como objetivo conocer y analizar las representaciones sociales sobre el crack elaboradas por dependientes químicas en tratamiento, utilizando la Teoría de las Representaciones Sociales. Participaron 45 usuarias de crack (edad media de 29,11 y DT = 7,99), internas en Comunidades Terapéuticas y Clínicas de Rehabilitación, en los Estados de PB y PE. Como instrumentos, fueron utilizados un cuestionario y una entrevista casi estructurada. Los datos fueron analizados por medio del software Alceste. Los resultados indicaron que el crack es representado como un elemento devastador y disgregador, responsable por causar abandono o alejamiento de las funciones femeninas. Se verificó también que la figura de la mujer usuaria es vista como un problema de orden moral, ocasionando una representación despreciativa. Esas construcciones, al mismo tiempo que son individuales y sociales, ejercen influencia en la forma en que la sociedad encara a la mujer dependiente química, reforzando barreras sociales que dificultan la búsqueda de tratamiento y la recuperación de las mismas.