INTRODUÇÃO: A região CDR-3 da IgH têm sido usada com marcador clonal no estudo de doença residual mínima em crianças com leucemia linfóide aguda. Estudos por Southern blot e reação em cadeia da polimerase têm demonstrado bi/oligoclonalidade em um número variável de casos de leucemia linfóide aguda de linhagem B, o que pode interferir de forma importante na detecção de doença residual mínima. Oligoclonalidade também têm sido associada com pior prognóstico e maior chance de recidiva. OBJETIVOS: Correlacionar bi/oligoclonalidade detectada por reação em cadeia da polimerase em crianças brasileiras portadoras de leucemia linfóide aguda de linhagem B com chance de recaída, imunofenótipo, grupo de risco e sobrevida livre de doença. TIPO DE ESTUDO: Estudo prospectivo de seguimento de pacientes. LOCAL: Serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto- USP. PARTICIPANTES: 47 crianças portadoras de leucemia linfóide aguda de linhagem B TESTE DIAGNÓSTICO: Reação em cadeia da polimerase, utilizando-se primers de consenso para região CDR-3 da IgH (FR3A, LJH e VLJH) para detecção de clonalidade. RESULTADOS: Bi/oligoclonalidade foi encontrada em 15 pacientes (31,9%). Não houve diferença estatística significativa entre os grupos com monoclonalidade e biclonalidade quanto a presença de recidiva (28,1% versus 26,1%) , presença de CALLA+ (81,2% versus 80%) ou grupo de risco (62,5% versus 60%). Sobrevida livre de doença foi similar em ambos os grupos, sem diferença significativa (p: 0,7695). CONCLUSÕES: Concluímos que bi/oligoclonalidade não esteve associada com fatores os analisados neste estudo e que sua detecção em 31,9% dos pacientes pode ser importante no estudo e seguimento de doença residual mínima
CONTEXT: The CDR-3 region of heavy-chain immunoglobulin has been used as a clonal marker in the study of minimal residual disease in children with acute lymphoblastic leukemia. Southern blot and polymerase chain reaction studies have demonstrated the occurrence of bi/oligoclonality in a variable number of cases of B-lineage acute lymphoblastic leukemia, a fact that may strongly interfere with the detection of minimal residual disease. Oligoclonality has also been associated with a poorer prognosis and a higher chance of relapse. OBJECTIVES: To correlate bi/oligoclonality, detected by polymerase chain reaction in Brazilian children with B-lineage acute lymphoblastic leukemia with a chance of relapse, with immunophenotype, risk group, and disease-free survival. DESIGN: Prospective study of patients’ outcome. SETTING: Pediatric Oncology Unit of the University Hospital, Faculty of Medicine of Ribeirão Preto, University of São Paulo. PARTICIPANTS: 47 children with acute lymphoblastic leukemia DIAGNOSTIC TEST: Polymerase chain reaction using consensus primers for the CDR-3 region of heavy chain immunoglobulin (FR3A, LJH and VLJH) for the detection of clonality. RESULTS: Bi/oligoclonality was detected in 15 patients (31.9%). There was no significant difference between the groups with monoclonality and biclonality in terms of the occurrence of a relapse (28.1% versus 26.1%), presence of CALLA+ (81.2% versus 80%) or risk group (62.5% versus 60%). Disease-free survival was similar in both groups, with no significant difference (p: 0.7695). CONCLUSIONS: We conclude that bi/oligoclonality was not associated with the factors investigated in the present study and that its detection in 31.9% of the patients may be important for the study and monitoring of minimal residual disease.