RESUMO Objetivos: estudar, em fetos hígidos, quais são as respostas da freqüência cardíaca fetal basal e da resistência na artéria cerebral média à estimulação vibro-acústica padronizada. Métodos: em estado comportamental de hipo ou de inatividade fetal (apnéia e ausência de movimentos corpóreos), mediu-se o índice de pulsatilidade (IP) da artéria cerebral média (ACM), bem como calculou-se a freqüência cardíaca fetal basal (FCFB) pela análise da onda espectral, antes e após a aplicação de estímulo vibro-acústico (EVA) por 3 segundos. Foram empregados ecógrafos de alta resolução, com Doppler pulsado e mapeamento a cores. A fonte sonora emitia som com 400 a 40.000 Hz, sob forma de varredura, com pressão sonora de 65 a 110 dB. Resultados: a média da FCFB pré-estímulo foi 139 bpm, com desvio padrão de 3,14 bpm. A média da FCFB pós-estímulo foi 153 bpm, com desvio padrão de 7,23 bpm (p<0.0001). A média do IP da ACM pré-estímulo foi 1,84, com desvio padrão de 0,07. A média do IP da ACM foi 1,56, com desvio padrão de 0,04 (p<0.00001). Em todos os casos houve resposta do concepto, caracterizada pela evidência de movimento corpóreo vigoroso, aumento da FCFB e redução do IP na ACM. Em nenhum caso houve necessidade de repetir o estímulo vibro-acústico. Conclusões: a aplicação de estímulo vibro-acústico, com as características aqui descritas, em conceptos hígidos e de termo, por período de 3 segundos, determina incremento na FCFB e nos movimentos corpóreos, bem como redução na impedância da ACM. Em que pese haver tendência em se inferir que a EVA determina aumento no fluxo de sangue ao cérebro fetal, os dados aqui evidenciados não permitem interpretações clínicas.
SUMMARY Purpose: to examine the response of the fetal heart rate (FHR) and middle cerebral artery resistance (MCA PI) to vibratory stimulation (VAS) in normal human fetuses. Methods: when the fetuses were without activity (in apnea and without corporal movements), we obtained baseline measurements of MCA PI and FHR before and after the application of a 3-sec vibratory acoustic stimulus. Real time ultrasonography with pulsed wave and color Doppler imaging was used for the execution of the study. The VAS was performed using a bicycle horn with 400 to 4000 Hz and sound pressure was 65 to 110 dB. Results: the FHR before VAS was 139 ± 3.14 bpm and after VAS was 153 ± 7.23 bpm (p<0.0001). The MCA PI rate before VAS was 1.84 ± 0.07 and after VAS was 1.56 ± 0.04 (p<0.001). In all cases we observed a fetal response with vigorous corporal movements, FHR rise and MCA PI reduction after VAS. Conclusions: we conclude that VAS, in human fetuses near term, for 3 sec as described in this study, determines some response, with increase in FHR and corporal movement and MCA PI reduction. Although we have a tendence to say that VAS determines fetal cerebral flow increase, these data do not allow such clinic interpretation.