RESUMO Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa com o objetivo de analisar, a partir do referencial teórico da Análise Institucional Socioanalítica, o discurso dos jornalistas sobre o seu processo de trabalho durante a pandemia da Covid-19. A partir da entrevista projetiva com dez jornalistas, foram apontados que o medo da infecção por Covid-19, a diminuição salarial e a violência se configuraram atravessamentos em seus processos de trabalho. Com isso, os jornalistas buscavam linhas de fuga, como, por exemplo, a meditação e a leitura de obras literárias para enfretamento dos problemas existentes no trabalho. Além disso, os sujeitos afirmaram que o aprendizado com uso de novas tecnologias e o sentimento de estar realizando um trabalho importante se apresentavam como questões que potencializavam o seu labor. Dessa forma, faz-se necessário o fortalecimento de políticas públicas de proteção aos jornalistas, no sentido de valorização da profissão, combate à violência e aumento da qualidade de vida desses profissionais. Deve- se, principalmente, utilizar essa discussão como pauta política de intervenção nos próprios trabalhadores jornalistas, com busca ao enfretamento dos atravessamentos e transformação, uma vez que seus efeitos negativos são complexos, inclusive no que diz respeito à saúde desses indivíduos.
ABSTRACT This is a study with a qualitative approach with the objective of analyzing, based on the theoretical framework of Institutional Socioanalytical Analysis, the journalists’ discourse about their work process during the Covid-19 pandemic. From the projective interview with ten journalists, it was pointed out that the fear of infection by Covid-19, the decrease in wages, and violence were configured as crossings in their work processes. As a result, journalists sought lines of flight, such as, for example, meditation and reading of literary works to face the existing problems at work. In addition, the subjects stated that learning with the use of new technologies and the feeling of doing important work presented themselves as issues that potentiated their work. Thus, it is necessary to strengthen public policies to protect journalists, in the sense of valuing the profession, combating violence, and increasing the quality of life of these professionals. Mainly, this discussion should be used as a political agenda for intervention in the journalistic workers themselves, with a view to coping with the crossings and transformation, since its negative effects are complex, including with regard to the health of these individuals.