Apresenta-se uma proposta metodológica para a estimação da mortalidade infantil, no Brasil, mediante a utilização das informações do Ministério da Saúde. O estudo consistiu em estabelecer critérios para identificar municípios com limitações nas informações, propondo-se um índice para sintetizar a adequação. Os municípios foram, então, agregados em estratos, por Grande Região, de acordo com a categoria de adequação das informações disponíveis. Para estimar a mortalidade infantil por região, no ano de 1998, utilizou-se o cálculo direto nos estratos com adequação das informações e o modelo das Nações Unidas nos demais. Verificou-se que a Região Norte é a que possui as maiores deficiências, com 63% dos municípios com notificação inadequada (35% da população da região), seguida da Nordeste (29% da população). Já na Região Sul, somente 1% da população apresenta grande precariedade dos dados de óbitos. Para a totalidade do Brasil, 12% da população apresenta grandes deficiências nas informações. O índice de adequação variou de -28%, no Maranhão, a 94%, no Rio de Janeiro. A mortalidade infantil foi estimada no intervalo 30,7-32,6 por 1.000 nascidos vivos e a cobertura de óbitos infantis, de 61,8% a 65,6%.
A methodological approach to infant mortality estimation in Brazil based on vital information provided by Ministry of Health systems is presented. The study evaluated the available data to establish criteria for identifying municipalities with serious data deficiencies, proposing an adequacy index. All municipalities were classified in strata according to geographic region and adequacy of information. To estimate infant mortality by macro-geographic region, in 1998, direct calculation was performed in strata with adequate information. The United Nations model was used in the other geographic strata. The Brazilian North presented the most deficient information, with 63% of the municipalities presenting inadequate reporting (35% of the regional population), followed by the Northeast (29% of the population). In the South, only 1% of the population showed inadequate information. For the whole country, 12% of the population presented serious problems in completeness of death reports. The adequacy index varied from -28% in Maranhão to 94% in Rio de Janeiro. The infant mortality rate was estimated in the interval 30.7-32.6 per 1,000 live births and the completeness of infant deaths from 61.8% to 65.6%.