RESUMO A fibromialgia (FM) é uma condição de alta prevalência e que causa desconforto físico, sofrimento mental e comprometimento nas relações sociais. Assim, o autocuidado pode ser um aspecto determinante para melhorar a qualidade de vida de indivíduos com FM, pois está relacionado ao ato de se investir de poder. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar o agenciamento do autocuidado de indivíduos com FM e verificar a associação do autocuidado com variáveis sociodemográficas, sintomas e qualidade de vida. Participaram do estudo 40 indivíduos com FM, que preencheram os critérios diagnósticos do Colégio Americano de Reumatologia de 2010. O autocuidado foi avaliado pela Escala de Avaliação de Agenciamento de Autocuidados Revisada (EAAA-R), a intensidade da dor dos pacientes foi verificada pela Escala Visual Analógica (EVA) e pelo Índice de Dor Generalizada (IDG), enquanto a severidade dos sintomas foi avaliado pela Escala de Severidade dos Sintomas (SS) e a qualidade de vida pelo Questionário de Impacto da Fibromialgia Revisado (QIF-R). Utilizamos o coeficiente de correlação de Pearson (dados paramétricos) e coeficiente de correlação de Spearman (dados não paramétricos), com nível de significância α<0,05. Os resultados mostram valores médios para o agenciamento do autocuidado (52,75±10,25), intensidade da dor (5,84±2,16), IDG (13,32±3,78), SS (9,30±1,68), e QIF-R (63,98±17,26). Houve associação do autocuidado com a classe social (r=0,391) e associação com domínios do QIF-R: função (r=-0,338), impacto geral (r=-0,315), sintomas (r=-0,332) e escore total (r=-0,375). O estudo sugere moderado agenciamento de autocuidado e fraca associação do autocuidado com a qualidade de vida e com a classe social em indivíduos com fibromialgia.
ABSTRACT Fibromyalgia (FM) is a condition of high prevalence, which causes physical discomfort, mental distress and impairment of social relationships. Self-care may be a relevant factor to improve the quality of life in individuals with fibromyalgia, since it is related to the act of empowerment, leading individuals to have control over their own life. The aim of this study was to assess self-care agency of individuals with fibromyalgia and check for associations between self-care and symptoms, quality of life and sociodemographic variables. The study included 40 individuals with FM according to the 2010 American College of Rheumatology criteria. Self-care was measured with the Appraisal Self-Care Agency Scale-Revised (ASAS-R), pain with the Visual Analog Scale (VAS) and the Widespread Pain Index (WPI), severity of symptoms with the Symptom Severity (SS) Scale, and quality of life with the Fibromyalgia Impact Questionnaire - Revised (FIQ-R). In data analysis, the Pearson correlation coefficient was used for parametric data, and the Spearman correlation coefficient was used for non-parametric data. The level of significance adopted was 5%. Moderate values were found for self-care agency (52.75±10.25), VAS pain (5.84±2.16), WPI (13.32±3.78) and SS (9.30±1.68). Severe impact on quality of life was found with the FIQR (63.98±17.26). Additionally, significant correlations were observed of self-care agency with social status (r=0.391), and with the following FIQ-R domains: function (r=−0.338), overall impact (r=-0.315), symptoms (r=−0.332) and total score (r=−0.375). The study suggests that individuals with fibromyalgia have a moderate level of self-care agency, and a weak association of self-care with quality of life and social status.
RESUMEN La fibromialgia (FM) es una enfermedad de alta prevalencia que causa malestar físico, sufrimiento mental y afecta las relaciones sociales. El autocuidado puede ser un aspecto determinante para mejorar la calidad de vida de individuos con FM, pues está relacionado al acto de invertirse de poder. El objetivo de este estudio fue evaluar el agenciamiento del autocuidado de individuos con FM y verificar una asociación del autocuidado con las variables sociodemográficas, síntomas y calidad de vida. En el estudio, participaron 40 personas con FM, que cumplieron con los criterios de diagnóstico del Colegio Americano de Reumatología de 2010. El autocuidado fue puntuado por la Escala de Evaluación de Agencia de Autocuidados Revisados (EAAA-R), la intensidad de dolor fue evaluada por la Escala Visual Analógica (EVA) y por el Índice de dolor generalizado (IDG), mientras que la severidad de los síntomas fue evaluada por la Escala de Severidad de los Síntomas (SS), y la calidad de vida por el Cuestionario de Impacto de la Fibromialgia Revisado (FIQ-R). Se utilizó el Coeficiente de Correlación de Pearson (datos paramétricos) y el Coeficiente de Correlación de Spearman (datos no paramétricos), con un nivel de significancia α<0,05. Los resultados mostraron valores medios para el agenciamiento del autocuidado (52,75±10,25), la intensidad del dolor (5,84±2,16), el IDG (13,32±3,78), la SS (9,30±1,68) y el FIQ-R (63,98±17,26). Hubo una asociación del autocuidado con la clase social (r=0,391) y las asociaciones con los dominios del SIF-R: función (r=−0,338), impacto general (r=−0,315), síntomas (r=0,332) y puntuación total (r=−0,375). El estudio apunta moderado agenciamiento de autocuidado y baja asociación del autocuidado con la calidad de vida y la clase social en el individuo con fibromialgia.