Resumo Algumas recomendações normativas são conservadoras em relação à resistência ao cisalhamento de vigas de concreto armado, não levando diretamente em consideração a taxa de armadura longitudinal. Assim, foi realizado um experimento contendo 8 vigas de (100 x 250) mm2 e comprimento de 1.200 mm, com concreto de resistência à compressão de 20 MPa com e sem adição de 1,00% de fibra de aço, sem estribos e variando-se a taxa de armadura de flexão. As capacidades de cisalhamento experimentais em comparação com as estimativas das principais normas foram analisadas. Os resultados mostraram que o aumento da taxa de armadura longitudinal de 0,87% para 2,14% em vigas sem fibra de aço levou a uma melhoria de 59% na resistência ao cisalhamento causada pelo efeito de pino, enquanto a melhoria correspondente foi de apenas 22% em vigas de concreto fibroso. Um ganho máximo de 109% na resistência ao cisalhamento foi observado com a adição de 1% de fibras de aço comparando vigas com a mesma taxa de armadura longitudinal (1,2%). Uma quantidade significativa de resistência ao cisalhamento foi fornecida pela inclusão das fibras de aço e permitiu controlar a propagação de fissuras pelo efeito de pontes de transferência de tensão, transformando o mecanismo de cisalhamento frágil em um mecanismo de flexão dúctil. Assim, fica claro o benefício da adição de fibra de aço para o cisalhamento quando associada à armadura longitudinal e valores ótimos para essa relação podem melhorar os resultados.

Abstract Some normative recommendations are conservative in relation to the shear strength of reinforced concrete beams, not directly considering the longitudinal reinforcement rate. An experimental program containing 8 beams of (100 x 250) mm2 and a length of 1,200 mm was carried out. The concrete compression strength was 20 MPa with and without 1.00% of steel fiber addition, without stirrups and varying the longitudinal reinforcement ratio. Comparisons between experimental failure loads and main design codes estimates were assessed. The results showed that the increase of the longitudinal reinforcement ratio from 0.87% to 2.14% in beams without steel fiber led to an improvement of 59% in shear strength caused by the dowel effect, while the corresponding improvement was of only 22% in fibered concrete beams. A maximum gain of 109% in shear strength was observed with the addition of 1% of steel fibers comparing beams with the same longitudinal reinforcement ratio (1.2%). A significant amount of shear strength was provided by the inclusion of the steel fibers and allowed controlling the propagation of cracks by the effect of stress transfer bridges, transforming the brittle shear mechanism into a ductile flexural one. From this, it is clear the shear benefit of the steel fiber addition when associated to the longitudinal reinforcement and optimal values for this relationship would improve results.