Resumo No Brasil, apesar dos avanços na garantia dos direitos humanos das pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, elas continuam em importante situação de vulneração. O objetivo desta pesquisa bioética foi compreender as representações sociais dos trabalhadores da Atenção Básica à Saúde sobre essas pessoas, partindo-se da premissa que podem atuar como barreiras de acesso às ações e serviços. Foram entrevistados 15 trabalhadores(as) da rede de Florianópolis/SC. Os dados coletados foram qualitativamente analisados à luz da Teoria das Representações Sociais, por meio da análise temática de conteúdo. Os resultados revelaram que as representações sociais dos trabalhadores estão fortemente ancoradas em morais religiosas e heterônomas, compreendendo as pessoas em questão a partir de uma ideia de promiscuidade, de risco a infecções sexualmente transmissíveis, de estereótipos, e entendendo sua sexualidade e identidade de gênero como incorretas, determinadas biologicamente ou, ainda, como antinaturais, sujeitas a uma questão de escolha pessoal. A sexualidade é uma dimensão da vida privada que não pode continuar refém do moralismo. As representações sociais precisam ser trabalhadas nos contextos da educação e do trabalho em saúde, a fim de ampliar o acesso da população em foco às ações e serviços, bem como a qualidade assistencial.
Abstract In Brazil, despite the improvements in guaranteeing the human rights of Lesbians, Gays, Bissexuals, and Transsexuals, this population is still in a considerable situation of vulnerability. The goal of the present bioethics research was to understand the social representations of the Primary Health Care workers regarding these people, following the premise that these representations can act as obstacles for the access to actions and services. A total of 15 workers from the network of the city of Florianópolis, in the state of Santa Catarina, Brazil, were interviewed. The data collected were analyzed quantitatively based on the Social Representation Theory, through the thematic analysis of the content. The results showed that the social representations on the part of the workers are strongly founded on religious and heterenomous morals, and they understand the group in question based on an idea of promiscuity, risk of acquiring sexually-transmitted infections, stereotypes, and they understand their sexuality and gender identity as incorrect, biologically determined or even unnatural, subject to personal choice. Sexuality is a dimension of private life that cannot remain subjected to moralism. Social representations must be dealt with in the contexts of education and work in health, in order to broaden the access of the people in question regarding actions and services, as well as quality care.
Resumen En Brasil, a pesar de los avances para garantizar los derechos humanos de las personas Lesbianas, Gais, Bisexuales, Travestis y Transexuales, éstas continúan en una importante situación de vulnerabilidad. El objetivo de esta investigación bioética fue comprender las representaciones sociales creadas por los trabajadores de la Atención Básica de la Salud sobre estas personas, partiendo de la premisa que dichas representaciones pueden actuar como barreras de acceso a las acciones y servicios. Se entrevistaron 15 trabajadores(as) de la red de la ciudad de Florianópolis, Brasil. Los datos recolectados se analizaron cualitativamente a la luz de la Teoría de las Representaciones Sociales, por medio del análisis de contenido temático. Los resultados revelaron que las representaciones sociales de los trabajadores están fuertemente arraigadas a las morales religiosas y heterónomas, percibiendo a las personas en cuestión a partir de una idea de promiscuidad, de riesgo a infecciones sexualmente transmisibles, de estereotipos, y concibiendo como incorrectas su sexualidad e identidad de género establecidas biológicamente, o incluso como antinaturales, sujetas a una cuestión de elección personal. La sexualidad es una dimensión de la vida privada que no puede continuar siendo rehén del moralismo. Las representaciones sociales deben trabajarse en los contextos de la educación y del trabajo en la salud a fin de ampliar el acceso de la población a las acciones y servicios, poniendo el foco en esto así como en la calidad asistencial.