RESUMO. O MoCA é um teste breve e útil para diagnosticar comprometimento cognitivo leve (CCL) e demência leve. Até o momento, nenhuma validação argentina com adaptação transcultural da versão em espanhol havia sido relatada. Objetivo: Validar o MoCA em idosos e estudar sua utilidade no CCL e demência leve. Métodos: Este estudo incluiu 399 indivíduos acima de 60 anos avaliados no departamento cognitivo-comportamental (2017-2018). Foram excluídos pacientes com menos de 3 anos de escolaridade, com distúrbios sensoriais, distúrbios psiquiátricos e demência moderada a grave. O grupo controle foi cognitivamente normal. Eles foram classificados de acordo com a avaliação neuropsicológica e os critérios clínicos padrão em Controles, MCI e demência leve. A versão adaptada do MoCA (MOCA-A) foi administrado aos pacientes e controles. Resultados: Média de escolaridade: 10,34 anos (DP: 3,5). O escore MoCA-A foi significativamente diferente entre os grupos (p<0,0001). O MoCA-A correlacionou-se com a escolaridade (r=0,406 p<0,00001). Com uma pontuação de corte ≥25 (IY=0,55), a sensibilidade para CCL foi de 84,8% e para demência leve 100%, com especificidade de 69,7%. Adicionando um ponto único à pontuação em pacientes com menos de 12 anos de escolaridade, a especificidade do teste atingiu 81%. Conclusão: O MoCA-A é um teste de rastreamento preciso e confiável para MCI e demência leve na Argentina.

ABSTRACT. The MoCA is a brief useful test to diagnose mild cognitive impairment (MCI) and mild dementia (MD). To date, no Argentine cross-cultural adapted validations of the Spanish version have been reported. Objective: To validate the MoCA in the elderly and study its usefulness in MCI and MD. Methods: This study included 399 individuals over 60 years old evaluated in the Cognitive-Behavioral Department (2017-2018). Patients with<3 years of education, sensory disturbances, psychiatric disorders, or moderate-severe dementia were excluded. The control group comprised cognitively normal subjects. Participants were classified according to neuropsychological assessment and clinical standard criteria into Control, MCI or MD groups. A locally adapted MoCA (MOCA-A) was administered to the patients and controls. Results: Mean educational level was 10.34 years (SD 3.5 years). MoCA-A score differed significantly among groups (p<0.0001). MoCA-A performance correlated with educational level (r: 0.406 p<0.00001). Adopting a cut-off score ≥25 (YI=0.55), the sensitivity for MCI was 84.8% and for MD 100%, with specificity of 69.7%. When adding a single point to the score in patients with ≤12 years of education, the specificity of the test reached 81%. Conclusion: The MoCA-A is an accurate reliable screening test for MCI and MD in Argentina.

Given the potential use of biomarkers in the diagnosis of Alzheimer’s disease (AD) in early stages, new ethical and communication dilemmas appear in everyday clinical practice. The aim of this study was to know the opinion of health professionals (HP) and general public (GP) on the implementation of early diagnostic techniques in AD and the use of biomarkers for this purpose. A survey with multiple choice answers was elaborated in two versions: one for HP and the other for GP. Respondents were invited to participate through a system of mass mailing e-mail; e-mail addresses were collected from CEMIC database. A total of 1503 answers were analyzed: 807 HP and 696 GP. Most respondents, 84.7%, preferred the option of early diagnosis of AD even knowing the lack of curative treatment. Forty five percent of GP and 26.8% of HP replied that there is no ethical dilemma in the use of biomarkers and that no communication or ethical dilemma is generated to physicians when informing the diagnosis of the disease. The HP group showed more divergence in the views than the GP group. These results may indicate a change in the physician-patient relationship, showing the GP group with an active and supportive position towards the use of biomarkers for early diagnosis of AD.

Ante el uso potencial de biomarcadores para el diagnóstico temprano de la enfermedad de Alzheimer (EA), nuevos dilemas éticos y de comunicación aparecen en la práctica clínica cotidiana. El objetivo de este trabajo fue conocer la opinión de profesionales de la salud (PS) y del público en general (PG) sobre la realización de técnicas diagnósticas tempranas en la EA utilizando marcadores biológicos, aun a sabiendas que hasta ahora la enfermedad es incurable. Se confeccionó una encuesta en Internet con respuesta múltiple en dos versiones: una para PS y otra para el PG. Se invitó a participar a los encuestados a través de un sistema legal de envíos masivos de correo electrónico, utilizando direcciones recolectadas en la base de datos del CEMIC. Se analizaron 1503 respuestas: 807 grupo PS y 696 grupo PG. La mayoría de los encuestados (84.7%) prefirió la opción de realizar el diagnóstico temprano de la EA aun conociendo la falta de tratamiento curativo. El 45.1% del grupo PG vs. el 26.8% del grupo PS respondió que no cree que se genere un dilema de comunicación ni ético en los médicos al informar el diagnóstico de la enfermedad. El grupo PS mostró mayor divergencia en las opiniones que el PG. Estos resultados podrían indicar una nueva dinámica en la relación médico-paciente, mostrando al PG con una posición activa y favorable frente al uso de los biomarcadores para el diagnóstico temprano de la EA.

Resumo Reserva cognitiva é a habilidade em otimizar o desempenho através do recrutamento de redes neurais, que talvez reflitam o uso de estratégias cognitivas alternativas. Objetivos: Identificar fatores relacionados à reserva cognitiva associados à progressão do comprometimento cognitivo leve (CCL) para demência degenerativa. Métodos: Uma coorte de 239 indivíduos com CCL (idade: 72.2±8.1 anos, 58% mulheres, educação: 12 anos) foram avaliados e seguidos por cinco anos (2001-2006). Resultados: No primeiro ano 13.7% dos CCL converteram para demência e 34.7% em três anos (78.3% converteram para doença de Alzheimer). Os fatores de risco para aqueles que converteram foram: educação menor do que 12 anos, MMSE menor do que 27, teste de Nomeação de Boston menor do que 51, QI (Quociente de Inteligência) menor do que 111, idade superior a 75 anos, falta de ocupação na aposentadoria, e presença de intrusões na memória de evocação (todos contando para 56% da variabilidade de conversão). Conclusões: Pacientes com CCL são uma população de risco para demência. O estudo dos fatores de risco (como QI, educação e ocupação), principalmente, aqueles relacionados à reserva cognitiva podem contribuir para uma evidência importante para o processo de decisões na atividade clínica e na saúde pública.

Abstract Cognitive reserve is the ability to optimize performance through differential recruitment of brain networks, which may reflect the use of alternative cognitive strategies. Objectives: To identify factors related to cognitive reserve associated with progression from mild cognitive impairment (MCI) to degenerative dementia. Methods: A cohort of 239 subjects with MCI (age: 72.2±8.1 years, 58% women, education: 12 years) was assessed and followed for five years (2001 to 2006). Results: In the first year, 13.7% of MCI converted to dementia and 34.7% converted within three years (78.3% converted to Alzheimer's dementia). Risk factors for those who converted were education less than 12 years, MMSE score less than 27, Boston naming test score less than 51, IQ (Intelligence Quotient) less than 111, age over 75 years, lack of occupation at retirement, and presence of intrusions in memory recall (all account for 56% of the variability of conversion). Conclusions: MCI patients are a population at high risk for dementia. The study of risk factors (e.g. IQ, education and occupation), particularly those related to cognitive reserve, can contribute important evidence to guide the decision-making process in routine clinical activity and public health policy.

Mild cognitive impairment (MCI) refers to persons who are slightly cognitively impaired for age but do not meet the criteria for dementia. MCI has been related to a pre-dementia stage of Alzheimer&'s disease (AD). However, other possible diagnoses such as cerebro-vascular disease, frontotemporal dementia or normal aging have been considered. Diagnosis, etiology and conversion to dementia are a source of ambiguity in MCI. The aim was to evaluate the opinion of experts on dementia and of general practitioners concerning MCI. A total of 24 experts from Argentina and Brazil (16 neurologists and 8 psychiatrists) and 30 general practitioners agreed to reply to a questionnaire on MCI (adapted from Dubois inventory, 2003). Of these, 92% of experts considered MCI as an ambiguous entity, not necessarily as a "pre-dementia" stage; 63% confirmed a tendency to worsen over the time and 83% of experts decided to initiate treatment using cholinesterase inhibitors, memantine and vitamin E. The opinion on MCI was that a priori it is not only an Alzheimer disease pre-dementia stage, but most of them consider the treatment against AD. MCI is a heterogeneous entity that should be classified as an open category and making it necessary to standardize definitions and design diagnosis guides to better understand Alzheimer disease pre-dementia stage.

El deterioro cognitivo leve es una entidad caracterizada por el compromiso predominante de la memoria en ausencia de trastorno funcional. Ha sido asociado a un período predemencial de la enfermedad de Alzheimer. Sin embargo, se considera que otras áreas cognitivas pueden verse afectadas, pudiendo implicar también otras etiologías. Así, algunos profesionales lo consideran un término etiológico, dirigido hacia la enfermedad de Alzheimer y otros un complejo sindromático, incluyendo varias enfermedades. Otro factor agregado que generó confusión ha sido el porcentaje de conversión a demencia. El objetivo de nuestro trabajo fue evaluar la opinión médica sobre el deterioro cognitivo leve y los problemas que genera en la práctica diaria. Se adaptó el cuestionario sobre deterioro cognitivo leve de Dubois y col, 2003; 24 médicos expertos en demencia de Argentina y Brasil (16 neurólogos y 8 psiquiatras) y 30 médicos generalistas aceptaron responder al mismo. Los resultados muestran que el 92% de los médicos expertos piensa que es una entidad heterogénea, no la limitan a un estadio predemencia de la enfermedad de Alzheimer; y el 63% refieren que puede empeorar. El 83% de los expertos inician tratamiento específico utilizando preferentemente anticolinesterásicos, memantine y vitamina E. La vasta mayoría de médicos considera al deterioro cognitivo leve como una entidad sindromática, que no está limitada a la enfermedad de Alzheimer; pero sin embargo, inicia tratamiento con drogas dirigidas hacia ella. La ambigüedad existente hace necesario estandarizar definiciones y reconceptualizar la enfermedad de Alzheimer en su estadio pre-demencia.