Visando avaliar a resposta da soja à adubação potássica e estabelecer níveis críticos do nutriente no solo e na planta, foi desenvolvido um experimento de campo, por doze anos consecutivos, em um Latossolo Húmico distrófico, no município de Campos Novos (SC). Os tratamentos consistiram de quatro doses de adubo potássico, aplicadas antes do primeiro cultivo, em combinação com três doses de K, aplicadas anualmente, a partir do quinto ano. Definiu-se o nível crítico do nutriente no solo e na planta, tomando como base a produção relativa de 90%. Os teores de K do solo correlacionaram-se, significativamente, com a concentração de K na folha e com o rendimento de grãos, revelando-se adequados na predição da disponibilidade de K para as plantas. Os níveis críticos de K no solo e na folha foram de 63 mg dm-3 e 14 g kg-1, respectivamente. Foram estabelecidas quatro classes de teores de K no solo e no tecido foliar: muito baixo, quando menor que 38 mg dm-3, no solo, e 9 g kg-1, na folha; baixo, quando entre 39 e 49 mg dm-3, no solo, e 9 e 12 g kg-1, na folha; médio, quando entre 50 e 63 mg dm-3, no solo, e 12 e 14 g kg-1, na folha, e alto, quando acima de 63 mg dm-3, no solo, e acima de 14 g kg-1, na folha. A redução na disponibilidade do K, no solo e na concentração na folha, acarretou maior absorção de Mg pelas plantas com conseqüente redução na relação K/Mg na folha.
Soybean response to potassium fertilization was evaluated over a twelve-year period in a field experiment on a Haplohumox soil, in Campos Novos, State of Santa Catarina, Brazil. Treatments consisted of a combination of four levels of K2O applied in the first year (0, 80, 160 and 320 kg ha¹), and three levels of K2O (0, 40 and 80 kg ha-1) applied annually from the fifth year. The critical level of K in the soil and in the leaves was determined based on the K concentration responsible for 90% of the soybean yield. Potassium in the soil was highly correlated with yield and K concentration in the leaves, and may be a suitable procedure to predict the availability of K to the plants. The critical level of K in the soil was 63 mg dm-3 of K, and in the leaves at flowering it was 14 g kg-1. Normal leaves, with no visual symptoms, had K concentrations from 12 to 19 g kg¹. A decrease in the soil K supplying capacity increased Mg concentration and decreased K/Mg ratio in the leaves. Four classes of K content in the soil and in the leaf tissue were defined: very low, when K concentration was below 38 mg dm-3 in the soil and below 9g kg¹ in the leaves; low, when between 39 and 49 mg dm³ in the soil, and between 9 and 12g kg-1 in the leaves; medium, when between 50 and 63 mg dm-3 in the soil and between 12 and 14 g kg-1 in the leaves; high, when higher than 63 mg dm³ in the soil, and higher than 14 g kg-1 in the leaves.