RESUMO OBJETIVO: Avaliar a frequência e a gravidade de erros em prescrições envolvendo medicamentos potencialmente perigosos (heparina e cloreto de potássio concentrado injetável) antes e após a introdução de um sistema de prescrição eletrônica. MÉTODOS: Trata-se de estudo retrospectivo que comparou erros em prescrições manuais e pré-digitadas de 2007 (Fase 1) com prescrições eletrônicas de 2014 (Fase 2) (total = 1.028 prescrições), em dois hospitais de alta complexidade de Belo Horizonte. RESULTADOS: Foi observado no hospital 1 aumento de 25% dos erros depois da intervenção (p<0,001), e no hospital 2 foi verificada redução de 85% (p<0,001). Para o cloreto de potássio, a frequência de erros permaneceu a mesma no hospital 1 (p>0,05), independentemente da fase e, no hospital 2, ocorreu redução significativa na fase 2 (p<0,001). Foi identificada redução da gravidade dos erros com a heparina (p<0,001), mas não houve alteração na gravidade dos erros com cloreto de potássio (p>0,05). CONCLUSÕES: A frequência e a gravidade dos erros de medicação após a introdução de prescrição eletrônica foram impactadas de forma diferente nos dois hospitais, demonstrando necessidade de observação criteriosa quando o sistema de prescrição é modificado. Durante e após a implantação dessa tecnologia, deve existir controle dos novos erros potenciais introduzidos e suas causas para a adoção de medidas de prevenção desses eventos.
SUMMARY OBJECTIVE: To assess the frequency and severity of prescriptions errors with potentially dangerous drugs (heparin and potassium chloride for injection concentrate) before and after the introduction of a computerized provider order entry (CPOE) system. METHODS: This is a retrospective study that compared errors in manual/pre-typed prescriptions in 2007 (Stage 1) with CPOE prescriptions in 2014 (Stage 2) (Total = 1,028 prescriptions), in two high-complexity hospitals of Belo Horizonte, Brasil. RESULTS: An increase of 25% in the frequency of errors in Hospital 1 was observed after the intervention (p<0.001). In contrast, a decreased error frequency of 85% was observed in Hospital 2 (p<0.001). Regarding potassium chloride, the error rate remained unchanged in Hospital 1 (p>0.05). In Hospital 2, a significant decrease was recorded in Stage 2 (p<0.001). A reduced error severity with heparin (p<0.001) was noted, while potassium chloride-related prescription severity remain unchanged (p> 0.05). CONCLUSIONS: The frequency and severity of medication errors after the introduction of CPOE was affected differently in the two hospitals, which shows a need for thorough observation when the prescription system is modified. Control of new potential errors introduced and their causes for the adoption of measures to prevent these events must be in place during and after the implementation of this technology.