OBJETIVO: Avaliar o preenchimento das declarações de óbito em Belém-PA, registradas no ano de 2010. MÉTODOS: Foram analisadas 800 declarações de óbito de morte não violenta, sorteadas aleatoriamente, referentes ao ano de 2010. Quanto ao correto preenchimento, foram avaliados todos os campos do documento, com exceção dos campos V (Morte fetal ou menor que um ano), I (Destinado aos cartórios) e VIII (Causas externas/Mortes violentas). Cada campo foi analisado seguindo os seguintes parâmetros: preenchidos de maneira incompleta, campos em branco, ilegíveis e preenchimento incorreto. RESULTADOS: A partir dos dados coletados, foram encontrados altíssimos índices de equívocos no preenchimento das certidões; 98,7% delas apresentavam, pelo menos, um erro em seu preenchimento. Entretanto, os mais notáveis e de maior repercussão foram encontrados no campo VI, destinado ao registro da causa de morte, onde, tal erro foi encontrado em 71,5%, principalmente pela utilização de termos vagos no registro. CONCLUSÃO: Os altíssimos índices de declarações de óbito mal preenchidas demonstram uma grande falha por parte dos currículos das escolas médicas, bem como uma carência de projetos de educação médica continuada que abordem tal temática de inestimável importância. Os resultados demonstraram negligência ou desconhecimento da própria fisiopatogenia das doenças por parte dos médicos.
OBJECTIVE: To evaluate the completion of medical certificates of death in Belém, state of Pará, Brazil in 2010. METHODS: In the present study, 800 medical certificates of non-violent death, randomly chosen, and produced in 2010 were analyzed. Regarding correct completion, all fields of the Trabalho document were evaluated, except for fields I (reserved for civil registries), V (stillbirth or death under age of one year), and VIII (external causes/violent death). Each field was analyzed regarding the following parameters: incomplete fields, fields left blank, illegibility, and incorrect completions. RESULTS: Based on the data collected, very high rates of errors in completion were observed; 98.7% of the certificates had at least one mistake. The most remarkable and important mistakes were found in field VI, intended for the cause of death, with a frequency of error of 71.5%, especially due to vagueness. CONCLUSION: The very high rates of poorly completed medical certificates of death highlights a significant failure in the medical schools' curriculum, as well as a lack of continuing medical education programs addressing such topic of paramount importance. The results demonstrated neglect or lack of knowledge on the pathophysiology of diseases by physicians.