RESUMO: O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da suplementação proteica materna sobre o metabolismo energético do músculo esquelético de bezerros de corte. Dezesseis matrizes gestantes foram divididas em três grupos: CONTROLE (não suplementado); MÉDIO (suplementados entre 30 e 180 dias de gestação); e FINAL (suplementado entre 181 e 281 dias de gestação). O suplemento continha 30% de proteína bruta e foi fornecido em quantidades totais iguais aos tratamentos. Trinta dias após o nascimento, amostras de sangue e músculo dos bezerros foram coletadas para análises de expressão gênica, abundância de proteínas e metabólitos. Não foram observadas diferenças (P ≥ 0,15) no peso ao nascimento ou parâmetros de desempenho ao desmame, bem como na expressão dos genes avaliados (P ≥ 0,21). Os bezerros nascidos de matrizes do tratamento CONTROLE apresentaram menor proporção (P = 0,03) de proteína p-AMPK/AMPK no músculo esquelético. Os bezerros nascidos de matrizes do tratamento MÉDIO apresentaram concentração de glicose menor (P = 0,04) do que aqueles nascidos de matrizes do tratamento FINAL. Os resultados observados indicam que a ausência de suplementação proteica em matrizes gestantes pode alterar o metabolismo energético da progênie e refletir em uma inflexibilidade metabólica, a qual pode ocasionar limitações quanto à eficiência energética do tecido muscular esquelético e consequentemente, limitar o desempenho da progênie ao longo da fase pós-natal.

ABSTRACT: This study evaluated the effect of maternal protein supplementation during mid or late gestation on energy metabolism of the skeletal muscle of beef calves. Sixteen pregnant cows were divided into 3 groups: CTRL (not supplemented); MID (supplemented from 30 to 180 days of gestation); and LATE (supplemented from 181 to 281 days of gestation). The supplement contained 30% crude protein. Thirty days after birth, blood and muscle samples of the calves were collected for analyses of gene expression, proteins, and metabolites. No differences (P ≥ 0.15) in birth weight, performance at weaning, or muscle expression of the genes evaluated (P ≥ 0.21) were observed. Calves born to CTRL cows had a lower ratio (P = 0.03) of p-AMPK/AMPK protein in the skeletal muscle. Calves born to MID cows had lower (P = 0.04) glucose concentration than those born to LATE cows. Changes in p-AMPK/AMPK protein, indicated a possible metabolic inflexibility in the skeletal muscle of calves born to CTRL cows. These results indicated that lack of protein supplementation in pregnant cows alter the energy metabolism of their calves and reflect in a metabolic inflexibility.

Abstract Glycerin is an organic compound with an alcoholic function and can be esterified into fatty acids to form triglycerides. Due to the increasing availability of glycerin, studies that determine the best level of its inclusion in diets for ruminants are needed. This study evaluated the effects of glycerin supplementation on the proximate composition and fatty acid profile of the longissimus lumborum of heifers fed on Brachiaria brizantha pasture. Thirty-six heifers were distributed in a totally randomized design with four treatments (G0.0 = without glycerin, G4.6 = 4.6% glycerin, G9.3 = 9.3% glycerin and G14.3 = 14.3% glycerin). The addition of glycerin decreased the tetradecanoic and octadecanoic fatty acids but increased the pentadecanoic, heptadecanoic, heptadecenoic, eicosanoic, eicosatetraenoic and docosatetraenoic fatty acids. The saturated (SFA), monounsaturated (MUFA) and omega-3 (n-3) fatty acid concentrations were similar across the diets. However, the polyunsaturated (PUFA) concentrations and the PUFA:MUFA and n-6:n-3 ratios increased with the inclusion of glycerin in the diet. Glycerin levels up to 14.3% (corresponding to a substitution of 50.5% of corn for this byproduct as an energy source) did not alter the proximate composition of the meat but improved the fatty acid profile of the longissimus lumborum muscle and, consequently, increased the meat quality, potentially providing benefits for human health.

Resumen La glicerina es un compuesto orgánico con una función alcohólica que puede esterificarse en ácidos grasos para formar triglicéridos. Debido a su disponibilidad cada vez mayor, se necesitan estudios que indiquen el mejor nivel de inclusión en las dietas para los rumiantes. Este estudio evaluó los efectos de la glicerina sobre la composición próxima y el perfil de ácidos grasos de Longissimus lumborum de novillas suplementadas con pasto de Brachiaria brizantha. Se distribuyeron 36 vaquillas en un diseño totalmente aleatorizado con cuatro tratamientos (G0.0 = sin glicerina, G4.6 = 4,6% de glicerina, G9.3 = 9.3% de glicerina y G14.3 = 14.3% de glicerina). La adición de glicerina disminuyó los ácidos grasos tetradecanoico y octadecanoico, pero aumentó los ácidos grasos pentadecanoico, heptadecanoico, heptadecenoico, eicosanoico, eicosatetraenoico y docosatetraenoico. Las concentraciones de ácidos grasos saturados (SFA), monoinsaturados (MUFA) y omega-3 (n-3) fueron similares en todas las dietas. Sin embargo, las concentraciones de poliinsaturados (PUFA) y los niveles de PUFA: MUFA y n-6: n-3 aumentaron con la inclusión de glicerina en las dietas. Los niveles de glicerina hasta 14.3% (que corresponden a una sustitución del 50.5% de maíz por este subproducto como fuente de energía) no alteraron la composición proximal de la carne pero mejoraron el perfil de ácidos grasos del músculo Longissimus lumborum y, en consecuencia, aumentaron la carne calidad, potencialmente proporcionando beneficios para la salud humana.