Procurou-se avaliar a condição periodontal e a presença de periodontopatógenos em 30 mães brasileiras, com idades entre 21-40 anos (28,4 ± 4,49 anos) e seus filhos, com 5-6 anos de idade, considerando que elas possam ser fonte de transmissão para seus filhos e influenciar suas condições clínicas e bacteriológicas. Além de determinar o índice de placa (IP), índice gengival (IG) de mães e filhos, e a profundidade de sondagem periodontal (PS), apenas das mães, avaliaram-se quatro amostras de placa dental subgengival de mães e filhos e uma amostra de saliva total estimulada das mães para a presença de Actinobacillus actinomycetemcomitans (Aa), Prevotella nigrescens (Pn), Porphyromonas gingivalis (Pg) e Treponema denticola (Td), pela técnica de "slot immunoblot" (SIB). As médias e desvios-padrão para as variáveis clínicas em mães e filhos foram, respectivamente: 1,86 ± 0,67 e 1,64 ± 0,68, para o IP e 1,24 ± 0,67 e 0,82 ± 0,37, para o IG, enquanto apenas nas mães, a PS total foi 1,81 ± 0,69 e a PS dos 4 sítios, 4,03 ± 1,40. O teste de Wilcoxon revelou diferença significante (p < 0,05) entre mães e filhos apenas para o IG. As bactérias mais prevalentes nas mães, em ordem decrescente, foram, Aa, Pn, Pg e Td. As crianças demonstraram padrão de higiene oral e de ocorrência bacteriana semelhante aos de suas mães, apesar da maioria delas não apresentar quantidade suficiente de placa subgengival.A comparação entre amostras revelou diferença estatisticamente significante (p < 0,05), com a saliva sempre exibindo os maiores valores e maior positividade, demonstrando ser um indicador de colonização oral e poder funcionar como veículo para a transmissão de periodontopatógenos de mães para filhos.
The aim of this study was to assess the periodontal condition and the presence of putative periodontal pathogens in 30 Brazilian mothers, aging 21-40 years (28.4 ± 4.49 years), and in their children, aging 5-6 years, since mothers can be a source of pathogens and, thus, influence their children's bacteriological and clinical condition. Besides assessing the plaque index (PI), gingival index (GI) and pocket probing depth (PD), the survey analyzed four subgingival dental plaque samples from mothers and children, as well as a sample of stimulated saliva from mothers. Those samples were analyzed by means of the slot immunoblot (SIB) technique, in order to determine the presence of Actinobacillus actinomycetemcomitans (Aa), Prevotella nigrescens (Pn), Porphyromonas gingivalis (Pg) and Treponema denticola (Td). The mean values and standard deviations of the evaluated clinical variables for mothers and children were, respectively: 1.86 ± 0.67 and 1.64 ± 0.68 for PI, and 1.24 ± 0.67 and 0.82 ± 0.37, for GI. Only for mothers, the total PD was 1.81 ± 0.69 mm, and the PD of four sites was 4.03 ± 1.40 mm. The Wilcoxon test revealed significant difference (p < 0.05) between mothers and their children only as to GI. The most prevalent bacteria in mothers were, in decreasing order: Aa, Pn, Pg and Td. The children presented patterns of oral hygiene and bacterial profiles similar to those of their mothers, in spite of the fact that most of them did not present enough subgingival plaque for testing. The comparison between mothers' subgingival dental plaque and saliva samples revealed statistically significant differences (p < 0.05) for all bacteria, with greater positivity and scores in the saliva, which demonstrates that it is an indicator of oral colonization and can work as a vehicle for the transmission of periodontopathogens from mothers to their children.