Resumo: O presente estudo avaliou as inconsistências no autorrelato de comportamentos de risco (geral e em quatro domínios específicos: uso de álcool, tabaco, drogas e atividade sexual) em duas edições da Pesquisa Nacional de Saúde do Adolescente (PeNSE): 2009 e 2012. Nas duas edições, a proporção de casos com ao menos uma resposta inconsistente foi de 11,7% (2,7% nos itens sobre consumo de álcool, 2,1% para uso de drogas, 4,3% para uso de tabaco, 3% para atividade sexual) e 22,7% (12,8% nos itens sobre consumo de álcool, 2,5% para uso de drogas, 4,3% para uso de tabaco, 4,1% para atividade sexual), respectivamente. Tal inconsistência foi mais prevalente entre participantes do sexo masculino, estudantes com atraso escolar, participantes que relataram ter experimentado drogas e participantes que não possuíam telefone celular. Dado que as inconsistências foram mais prevalentes entre os estudantes que declararam ter se engajado nos comportamentos de risco, remover os casos com inconsistência afetou as estimativas de prevalência destes comportamentos em ambas as edições da pesquisa. Este estudo ressalta a importância de testes para a checagem da consistência dos dados autorrelato em pesquisas, acompanhando a crescente literatura na área.
Abstract: This study assessed the consistency of self-reports of risk behavior (overall and within four specific domains: alcohol use, tobacco use, drug use, and sexual activity) in two editions of the Brazilian National School Based Survey of Adolescent Health (PeNSE): 2009 and 2012. The overall proportion of cases with at least one inconsistent response in the two editions was 11.7% (2.7% on the alcohol items, 2.1% for drug use, 4.3% for cigarette use, 3% for sexual activity) and 22.7% (12.8% on alcohol items, 2.5% for drug use, 4.3% for cigarette use, 4.1% for sexual activity), respectively. Such inconsistency was more prevalent among males, delayed students, those who reported having experimented with drugs, and those who did not have a cellphone. Because inconsistent responses were more prevalent among the students who claimed to have engaged in risky activities, removing inconsistent responders affected the estimated prevalence of all risk behaviors in both editions of the survey. This study supports the importance of performing consistency checks of self-report surveys, following the growing body of literature on this topic.
Resumen: Este estudio evaluó las inconsistencias en las conductas de riesgo de auto-reporte (general y cuatro áreas específicas: el alcohol, el tabaco, las drogas y la actividad sexual) en dos ediciones de la Encuesta Nacional de Salud del Adolescente (PeNSE): 2009 y 2012. En dos ediciones, la proporción de casos con al menos una respuesta inconsistente fue 11,7% (2,7% en alcohol, 2,1% en drogas, 4,3% en tabaco, 3% en actividad sexual) y 22,7% (12,8% en alcohol, 2,5% en drogas, 4,3% en tabaco, 4,1% en actividad sexual), respectivamente. Tal inconsistencia era más frecuente entre los participantes masculinos, los alumnos con retraso escolar, los participantes que reportaron haber consumido drogas y participantes probado que no tenían teléfono celular. Dado que las inconsistencias fueron más prevalentes entre los estudiantes que reportaron haber participado en comportamientos de riesgo, eliminar los casos de inconsistencia afectó a las estimaciones de la prevalencia de estas conductas en las dos ediciones de la encuesta. Este estudio pone de relieve la importancia de las pruebas para comprobar la coherencia de los datos de auto-informe sobre la investigación, a raíz de la creciente literatura en la zona.