O mexilhão dourado ou Limnoperna fortunei é um organismo invasor que tem causado grandes prejuízos a sistemas de captação de água e usinas hidroelétricas, sendo que, mais recentemente, vem causando danos ao deslocamento de embarcações fluviais em águas do Pantanal Mato-Grossense. No presente trabalho, foi feito um estudo, em laboratório e em campo, de materiais antiincrustantes. A relação entre a força de desligamento do mexilhão dourado e a energia livre de superfície foi avaliada. Foram selecionados materiais com baixa energia de superfície como polímeros e alta energia de superfície como materiais metálicos. Qualitativamente, o desempenho do aço inoxidável e o desempenho do cobre, testados em laboratório e em campo, se apresentaram, relativamente, consistentes entre si e com dados da literatura. E, com os dados obtidos, percebe-se que há relação entre energia livre de superfície e o caráter antiicrustante do Limnoperna fortunei, mas, até o momento, não se pode afirmar que se trate de uma correlação linear, pois pode ser que outros fatores dos materiais estejam influenciando no comportamento dos organismos. Os dados sugerem, ainda, que a componente ligação de hidrogênio apresenta o principal efeito em termos de energia livre de superfície.
The Golden Mussel or Limnoperna fortunei is an invading organism that has caused much damage to water supply systems and hydroeletric power plants, and more recently, it is also causing damage to boat transportation in the "Pantanal" waters of Mato Grosso. The present work, a laboratory and field study of the detachment force of the Golden Mussel, was carried on aiming at the understanding of its relationship with surface free energy and its components. The materials were chosen to cover an ample range of surface free energy, including materials with low surface energy, as polymers, and high surface energy, as the metallic materials. Qualitatively, the performance of stainless steel and copper, tested in the laboratory and field, are consistent with respect to literature results. A linear correlation between surface free energy and mussel detachement force was verified but with a poor correlation coefficient, the strongest effect being due to hydrogen bonds.