OBJETIVO: Estimar a prevalência de oportunidade perdida de prevenção a sífilis e HIV entre gestantes que tiveram acesso ao pré-natal e fatores associados a não-testagem para esses agravos. MÉTODOS: Estudo transversal com amostra aleatória de 2.145 puérperas do Brasil, 1999 e 2000 admitidas em maternidades para parto ou curetagem e que haviam realizado pelo menos uma consulta de pré-natal. A não-realização de exame de teste para sífilis e/ou anti-HIV durante a gravidez foi usada como marcador para oportunidade perdida de prevenção. Mulheres que realizaram apenas exame de sífilis ou apenas o anti-HIV, ou não realizaram nenhum, foram comparadas àquelas que realizaram os dois (categoria de referência). A prevalência de oportunidade perdida de prevenção foi estimada para cada categoria, com intervalo de confiança de 95%. Os fatores associados com oportunidade perdida de prevenção foram analisados por meio de regressão logística multinomial. RESULTADOS: A prevalência de oportunidade perdida de prevenção para a realização do teste de sífilis ou anti-HIV foi de 41,2% e 56,0%, respectivamente. A análise multivariada indicou que raça/cor (não branca), escolaridade (< 8 anos de estudo), estado civil (solteira), renda <3 salários mínimos, relação sexual durante a gravidez, relato de não ter tido sífilis anterior à gravidez atual, realização de seis ou mais consultas de pré-natal e a realização da última visita antes do terceiro trimestre de gravidez estavam associados a maior risco de ter oportunidade perdida de prevenção. Observou-se uma associação negativa entre estado civil (solteira), local de realização do pré-natal (hospital) e a realização da primeira consulta de pré-natal no terceiro trimestre com oportunidade perdida de prevenção. CONCLUSÕES: Altas percentagens de gestantes não testadas apontam falhas na prevenção e controle da infecção pelo HIV e da sífilis congênita pelos serviços de saúde. As gestantes continuam interrompendo o cuidado pré-natal precocemente e não conseguindo realizar os procedimentos de triagem para HIV e sífilis.
OBJECTIVE: To estimate the prevalence of missed opportunities for congenital syphilis and HIV prevention in pregnant women who had access to prenatal care and to assess factors associated to non-testing of these infections. METHODS: Cross-sectional study comprising a randomly selected sample of 2,145 puerperal women who were admitted in maternity hospitals for delivery or curettage and had attended at least one prenatal care visit, in Brazil between 1999 and 2000. No syphilis and/or anti-HIV testing during pregnancy was a marker for missed prevention opportunity. Women who were not tested for either or both were compared to those who had at least one syphilis and one anti-HIV testing performed during pregnancy (reference category). The prevalence of missed prevention opportunity was estimated for each category with 95% confidence intervals. Factors independently associated with missed prevention opportunity were assessed through multinomial logistic regression. RESULTS: The prevalence of missed prevention opportunity for syphilis or anti-HIV was 41.2% and 56.0%, respectively. The multivariate analysis showed that race/skin color (non-white), schooling (<8 years), marital status (single), income (<3 monthly minimum wages), having sex during pregnancy, history of syphilis prior to the current pregnancy, number of prenatal care visits (<6), and last prenatal visit before the third trimester of gestation were associated with an increased risk of missed prevention opportunity. A negative association with missed prevention opportunity was found between marital status (single), prenatal care site (hospital) and first prenatal visit in the third trimester of gestation. CONCLUSIONS: High rates of non-tested women indicate failures in preventive and control actions for HIV infection and congenital syphilis. Pregnant women have been discontinuing prenatal care at an early stage and are failing to undergo prenatal screening for HIV and syphilis.
OBJETIVO: Estimar la prevalencia de oportunidad de pérdida de prevención de la sífilis y el HIV entre gestantes que tuvieron acceso al pre-natal y factores asociados con la no evaluación de estos agravios. MÉTODOS: Se realizó estudio transversal con muestra aleatoria de 2.145 puérperas de Brasil, 1999 y 2000 admitidas en maternidades para parto o curetaje y que habían realizado al menos una consulta de pre-natal. La no realización del examen de prueba para sífilis y/o anti-HIV durante el embarazo fue usada como marcador para oportunidad de pérdida de prevención. Las mujeres que realizaron sólo examen de sífilis o sólo examen de anti-HIV, o que no realizaron ninguno, fueron comparadas con las que realizaron los dos (categoría de referencia). La prevalencia de oportunidad de pérdida de prevención fue estimada para cada categoría, con intervalo de confianza de 95%. Los factores asociados con la oportunidad de pérdida de prevención fueron analizados por medio de regresión logística multinomial. RESULTADOS: La prevalencia de oportunidad de pérdida de prevención para la realización de la prueba de sífilis o anti-HIV fue de 41,2% e 56,0%, respectivamente. El análisis multivariado indicó que raza/color (no blanca), escolaridad (< 8 años de estudio), estado civil (soltera), renta < 3 salarios mínimos, relación sexual durante el embarazo, no haber tenido sífilis anterior al embarazo actual, realización de seis o mas consultas de pre-natal y la realización de la última visita antes del tercer trimestre de embarazo, estaban asociados con mayor riesgo de tener oportunidad de pérdida de prevención. Se observó una asociación negativa entre estado civil (soltera), lugar de realización de pre-natal (hospital) y la realización de la primera consulta pre-natal en el tercer trimestre con oportunidad de pérdida de prevención. CONCLUSIONES: Altos porcentajes de gestantes no evaluadas señalan fallas en la prevención y control de la infección por HIV y de la sífilis congénita en los servicios de salud. Las gestantes continúan interrumpiendo el cuidado pre-natal precozmente y no logran realizar los procedimientos de selección para HIV y sífilis.