RESUMO Introdução Aprender praticando exclusivamente em pacientes é cada vez menos aceitável no ensino médico. O ensino baseado em simulação é uma ferramenta capaz de gerar aquisição de habilidades e competências de forma eficaz e em ambiente controlado, sem causar dano ao paciente. A Ginecologia é uma especialidade médica que depende de treinos bem estruturados, e entre os procedimentos ginecológicos destaca-se a inserção dos dispositivos intrauterinos de cobre. Para aumentar a oferta deste método contraceptivo, é preciso capacitação adequada dos profissionais de saúde. Os simuladores físicos imitam a realidade e auxiliam na aquisição de habilidades e competências, tornando de fundamental importância o ensino baseado em simulação para inserção de dispositivos intrauterinos. Objetivo Desenvolver um modelo de treinamento para aquisição de habilidades na inserção de dispositivos intrauterinos. Método Foi desenvolvido um simulador (modelo de utilidade) para inserção de dispositivos intrauterinos, composto por uma base rígida retangular com 17 cm x 15 cm x 21 cm (A x L x P), com peso de 420 gramas, confeccionada em acrinolitrilabutadieno estireno (ABS). Acoplada a este suporte, existe uma estrutura semiflexível, composta por um protótipo de canal vaginal, com colo uterino e região vulvar semelhantes à anatomia humana, confeccionada em ácido poliático flexível (PLA-FLEX). Foram selecionados 15 médicos residentes de Ginecologia e Obstetrícia para treinamento teórico-prático com o simulador proposto pelo estudo para capacitação em inserção de dispositivo intrauterino de cobre. O simulador utilizado neste estudo foi avaliado e validado por especialistas em Ginecologia e Obstetrícia. Resultados Houve melhora estatisticamente significante dos parâmetros avaliados comparando-se a avaliação inicial (pré-treinamento) e final (pós-treinamento) dos residentes, com homogeneidade no desempenho final. Na avaliação inicial, apenas 40% dos dispositivos ficaram bem posicionados, em contraste com 93,3% de sucesso de inserção após implementado o modelo de treinamento. Conclusão Desenvolveu-se um modelo de treinamento baseado em simulação que contribuiu para a aquisição de habilidades de inserção de dispositivo intrauterino de cobre quando aplicado aos residentes de Ginecologia e Obstetrícia.
ABSTRACT Introduction Learning by practicing exclusively on patients is becoming increasingly unacceptable in medical training. Simulation-based teaching is a tool capable of generating skills and competences efficiently and in a controlled environment, without causing harm to patients. Gynecology is a medical specialty that depends on well-structured training; an important gynecological procedure is the insertion of copper intrauterine devices. In order to increase the supply of this contraceptive method to the population the relevant health professionals need to be adequately trained. Physical simulators imitate reality and assist in skills acquisition. Therefore, structured training based on simulation to teach the insertion of intrauterine devices is of fundamental importance to the teaching of gynecology. Objective To develop a training model for skills acquisition for the insertion of intrauterine devices. Method A simulator (utility model) was developed for the insertion of intrauterine devices, composed of a rigid rectangular base made of acrylonitrile butadiene styrene, measuring 17 cm x 15 cm x 21 cm and weighing 420 g. Attached to this support is a semi-flexible structure made of flexible polylactic acid, composed of a prototype vaginal canal, with a uterine cervix and vulvar region, similar to the human anatomy. Fifteen gynecology and obstetrics residents were selected for theoretical and practical training with the simulator proposed by the study for the training of intrauterine copper device insertion. The simulator used in this study was evaluated by specialists in gynecology and obstetrics, who validated it for use in teaching. Results A statistically significant improvement was found in the evaluated parameters, comparing the initial evaluation and the final evaluation of the residents, whose final performances displayed homogeneity. In the initial evaluation only 40% of the devices were well positioned, in contrast to a 93.3% rate of successfull insertion following implementation of the training model. Conclusion A training model was developed to simulate the performance of copper intrauterine device insertion and contributed to the acquisition of skills for this task when applied to gynecology and obstetrics residents.