RESUMO: Ensinar cores a cegos de nascimento é um desafio para professores de física, porém insistimos em fazê-lo. Propomos levar em consideração que todos os sentidos são mobilizados no processo de aprendizagem, sendo assim, multissensorial. O sentido da visão, em nosso caso de estudo, será substituído por outros. Considerando que a formação de conceitos é um processo sociolinguístico, avaliamos e averiguamos o conteúdo imagético do conceito de cores em um teste de associação livre com estudantes cegos e videntes. Concluímos que tais conceitos não dependem exclusivamente do visual; outras associações estão envolvidas na sua construção, embora saibamos que nenhum outro sentido fará um cego perceber visualmente as cores. Assim, é possível uma concepção segundo a qual o ensino de cores a alunos cegos deixe de ser um desafio intransponível.
ABSTRACT: Teaching colors to blind students has been a challenge for physics teachers. However, we insist on trying to do so, considering that all senses are mobilized in the learning process and that concept formation is a sociolinguistic process. In this manner, the sense of sight, lacking in our case study, can be replaced by others in multisensorial learning. We evaluated imagistic content about the color concept and ascertained its multisensory origin in a free association test with blind and sighted students. Although any other sense could ever make a blind person visually perceive colors, we conclude that the concept of color depends not only on the sense of sight, and that other associations are involved in their significance construction. Thus, it is possible that teaching colors to blind students can stop being such an unbeatable challenge.
RESUMEN: Enseñar los colores a ciegos de nacimiento es un desafío para maestros de física, pero insistimos en hacerlo. Propusimos llevar en consideración que todos los sentidos son movilizados en el proceso de aprendizaje, siendo plurisensorial. El sentido de la visión, en nuestro caso de estudios, será sustituido por otros. Considerando que la formación de conceptos es un proceso socio-lingüístico, evaluamos y averiguamos que el contenido de imágenes del concepto de colores en un test de conceptos no depende exclusivamente del visual. Otras asociaciones están involucradas en su construcción, aunque sepamos que ningún otro sentido hará que un ciego perciba visualmente los colores. Así, es posible una concepción en la que la enseñanza de los colores a alumnos ciegos deje de ser un desafío imbatible.