ABSTRACT Introduction: An occupational disease is a bodily injury, functional disturbance or pathology that is a necessary and direct consequence of exposure to occupational hazards and working conditions and does not result from the normal wear and tear of the body. The incidence of work-related diseases increases with age, being more frequent in females. Musculoskeletal injuries and paralysis, such as carpal tunnel syndrome, are the types of injuries most often recognized as occupational illnesses. Concerning the most predominant sector, the incidence is higher in industry, followed by construction and in the health area. Health professionals, given their exposure to ergonomic, physical, biological and chemical risks, have a high willingness to suffer from work-related illnesses. Objectives: Characterize the profile of occupational diseases reported in a portuguese tertiary hospital, assessing their temporal distribution, the most affected professional category, as well as the type of injury and predominant body region. Methods: An observational, cross-sectional and analytical study was realized using the analysis of occupational diseases reported in a portuguese tertiary hospital from January 2012 to December 2021, by consulting the Occupational Health Service databases. Results: During the period considered, 610 occupational diseases were reported, of which 78.0% were female. The most affected professional category was nurses (40.8%), followed by operational assistants (28.5%). The year with the most notifications was 2021 (53.9%). SARS-CoV-2 infection was the most prevalent, with 431 cases, followed by musculoskeletal injuries, with 153 cases. Epicondylitis and tendinopathies of the shoulder joint were the most frequently notified musculoskeletal diseases with 39.7% and 24.0% of the participations, respectively. Conclusion: Musculoskeletal injuries stand out as the most frequently reported type of injury, if we exclude the impact of SARS-CoV-2 infection, which is easily explained by exposure to the risks inherent in professions in the health sector. Its diagnosis and recognition are of great importance as they allow identifying problems and generate the need to provide a targeted response based on disease prevention and health promotion, among workers and employers.
RESUMO Introdução: Uma doença profissional é uma lesão corporal, perturbação funcional ou patologia que é consequência necessária e direta da exposição a riscos laborais e das condições de trabalho e não resulta do normal desgaste do organismo. A incidência de doenças relacionadas com o trabalho aumenta com a idade, sendo mais frequente no sexo feminino. As lesões musculosqueléticas e as paralisias, como a síndrome do túnel cárpico, são os tipos de lesões mais frequentemente reconhecidas como doenças profissionais. No que se refere ao setor mais predominante, a incidência é maior na indústria, seguido da construção e na área da saúde. Os profissionais de saúde, atendendo à sua exposição a riscos ergonómicos, físicos, biológicos e químicos, têm uma elevada disposição para sofrerem de doenças relacionadas com o trabalho. Objetivos: Caracterizar o perfil das doenças profissionais notificadas num hospital terciário português, avaliando a sua distribuição temporal, categoria profissional mais afetada, bem como o tipo de lesão e região corporal predominante. Métodos: Realizou-se um estudo observacional do tipo transversal e analítico recorrendo à análise das doenças profissionais notificadas num hospital terciário português de janeiro de 2012 a dezembro de 2021, através da consulta das bases de dados do Serviço de Saúde Ocupacional. Resultados: No período considerado, foram notificadas 610 doenças profissionais, sendo que 78,0% pertenciam ao sexo feminino. A categoria profissional mais afetada foi a dos enfermeiros (40,8%), seguidos pelos assistentes operacionais (28,5%). O ano com mais notificações foi em 2021 (53,9%). A infeção por SARS-CoV-2 foi a mais prevalente, com 431 casos, seguida das lesões musculosqueléticas, com 153 casos. As epicondilites e as tendinopatias da articulação do ombro foram as doenças musculosqueléticas mais frequentemente notificadas com 39,7% e 24,0% das participações realizadas, respetivamente. Conclusão: As lesões musculosqueléticas destacam-se como o tipo de lesão mais frequentemente notificadas, se excluirmos o impacto da infeção por SARS-CoV-2, o que será facilmente explicado pela exposição aos riscos inerentes às profissões do setor de saúde. O seu diagnóstico e reconhecimento são de grande importância já que permitem identificar problemas e gerar a necessidade de providenciar uma resposta dirigida assente na prevenção da doença e promoção da saúde, junto dos trabalhadores e entidade empregadora.