OBJETIVO: Avaliar a relação entre a ocorrência de fístula pancreática pós-anastomose pancreatojejunal, em doentes submetidos à duodenopancreatectomia por neoplasia maligna periampolar, com aspectos histológicos de fibrose e inflamação encontrados no tecido pancreático e com o calibre do ducto pancreático principal. MÉTODOS: Estudo retrospectivo interessando doentes que foram submetidos ao tratamento com ressecção cirúrgica. Verificou-se o índice de fístulas pancreáticas encontradas. Classificou-se de acordo com a histologia da fibrose e da inflamação pancreática. RESULTADOS: Identificaram-se 77 doentes, com média de idade de 57,6 anos, sendo 62,4% do sexo masculino. De acordo com o tipo de operação realizada, 66,3% constituíram-se em gastroduodenopancreatectomia e 33,7% em duodenopancreatectomia com preservação do piloro. Em relação ao número de fístulas diagnosticadas, identificou-se que 23,4% doentes apresentaram tal complicação pós-operatória, sendo que em 66,7% a causa era neoplasia de papila. Achados macroscópicos intraoperatórios, identificou-se classificação da textura pancreática, tida como normal, em 85,8% e, quanto ao calibre do ducto principal pancreático, foi encontrada média de 4,9mm. Houve relação importante entre a consistência endurecida do coto pancreático e a ausência da fístula. Nos doentes com tecido normal ou amolecido, o índice de fístula foi 25,4%. Quanto ao diâmetro ductal, identificou-se (p <0,05) maior número de deiscências da anastomose pancreática na ausência de dilatação ductal. Evidenciou-se que doentes com valores médios do diâmetro de ducto de 5,4mm (76,7%) não mostraram esta complicação. CONCLUSÃO: A presença de fibrose e de dilatação ductal habitualmente coexistem e estão relacionadas à menor porcentagem de fístulas enteropancreáticas.
OBJECTIVE: To evaluate the relationship between the occurrence of pancreatic fistula after pancreatojejunal anastomosis in patients undergoing pancreaticoduodenectomy for periampullary malignancy and the histological fibrosis and inflammation found in pancreatic tissue and the caliber of the main pancreatic duct. METHODS: We conducted a retrospective study with patients that were treated with surgical resection. The rate of pancreatic fistulae was recorded. Histology classification was performed according to fibrosis and pancreatic inflammation. RESULTS: We identified 77 patients, mean age was 57.6 years; 62.4% were male. As for the type of operation performed, 66.3% were gastroduodenopancreatectomies and 33.7% pancreatoduodenectomies with pylorus preservation. Regarding the number of fistulas diagnosed, it was found that 23.4% patients displayed this postoperative complication and in 66.7% the cause was cancer of the papilla. As for intraoperative macroscopic findings, we identified the classification of pancreatic texture, seen as normal in 85.8%, and the caliber of the main pancreatic duct, finding an average of 4.9 mm. There was a significant relationship between the hardened pancreatic stump and the absence of fistula. In patients with normal or soft tissue, the rate of fistula was 25.4%. Regarding ductal diameter, we identified a higher number of pancreatic anastomotic dehiscences in the absence of ductal dilation (p <0.05). We noticed that patients with an average ductal diameter of 5.4 mm (76.7%) did not show this complication. CONCLUSION: The presence of fibrosis and ductal dilation usually coexist and is related to a lower percentage of pancreatic fistulae.