Visando elucidar alguns aspectos do metabolismo respiratório de raízes inundadas de espécies arbóreas tropicais tolerantes (L. muehlbergianus, S.commersoniana e S. virgata) e intolerantes (P. dubium e S. terebinthifolius), plantas foram submetidas a 2, 10 e 60 dias de alagamento. Após estes períodos, determinou-se a absorção de O2 e liberação de CO2 pelas raízes. O metabolismo respiratório das raízes de espécies tolerantes apresentou uma queda com o alagamento. Somente S. commersoniana apresentou uma recuperação da respiração após 60 dias de inundação. A espécie intolerante S. terebinthifolius não teve seu metabolismo aeróbico afetado pelo alagamento, enquanto que P. dubium, também intolerante, apresentou queda na absorção de O2 com dois dias de hipoxia e recuperação após 60 dias. A liberação de CO2 nas espécies tolerantes seguiu o mesmo padrão da absorção de O2, com exceção de S. commersoniana, que teve uma redução na liberação de CO2 após 60 dias de inundação semelhante ao ocorrido com P. dubium. Em S. terebinthifolius não houve redução significativa com o alagamento. A dificuldade de se estabelecer diferenças no metabolismo respiratório das espécies estudadas, quanto a tolerância a inundação, ressalta a complexidade de respostas das plantas tropicais.
Aiming at elucidating certain aspects of the respiratory metabolism of roots of flood-tolerant tropical tree species (Lonchocarpus muehlbergianus, Sebastiania commersoniana and Sesbania virgata) as well as flood-intolerant species (Peltophorum dubium and Schinus terebinthifolius), plants were submitted to 2, 10 and 60 days of flooding. After these periods, the absorption of O2 and liberation of CO2 by the roots were determined. The respiratory metabolism of the roots of tolerant species presented a drop due to flooding. Only S. commersoniana presented a recovery in respiration after 60 days of flooding. The intolerant species S. terebinthifolius did not present alterations caused by flooding in its aerobic metabolism, whereas P. dubium, also intolerant, presented a drop in the absortion of O2 with two days of hypoxia, and recovery after 60 days. The liberation of CO2 in the tolerant species followed the same pattern of O2 absorption, with the exception of S. commersoniana, which presented a reduction in the liberation of CO2 after 60 days of flooding similar to what happened to P. dubium. In S. terebinthifolius there was no significant reduction with flooding. The difficulty in establishing a difference pattern in the respiratory metabolism of the species studied, concerning tolerance to flooding, emphasizes the complexity of tropical plant responses.