O artigo apresenta uma experiência de formação de equipes da Atenção Básica e gestores da secretaria de saúde do município de Amparo, em São Paulo, na qual são feitas discussões de casos, num formato de grupo de supervisão, alterado pelo Método das Espirais D'Ascese. Este método busca apoiar os profissionais de saúde na ampliação da clínica e na gestão de grupos e coletivos, partindo dos referenciais teóricos do Método Paidéia e da psicologia de grupos para trabalhar interrelações e conflitos. Selecionamos seis casos e através deles analisamos aspectos do processo de vinculação e amadurecimento deste grupo, que permitiram a transformação de sentimentos destrutivos em construtivos. A apresentação dos casos e sua discussão propiciaram manifestações do inconsciente grupal. É uma forma de o grupo falar de si mesmo através do caso clínico (ou de gestão), que funciona como metáfora dos sentimentos do grupo. Reconhecer e acolher as dificuldades fortalece o grupo, porque se percebe que todos têm fragilidades e que, ao compartilhá-las, há dissolução de angústias, medos ou outros sentimentos que obstaculizam a construção de soluções. Um grupo integrado, preparado e amadurecido prestará melhor assistência à saúde da população, com menos absenteísmo e adoecimentos e maior realização profissional.
This article presents a team training experience of Primary Care and managers of the secretary of health of the city of Amparo, Sao Paulo, where cases are discussed in supervised groups, altered by the method of Espirais D'Ascese [Spirals of Asceticism]. This method seeks to support health care professionals in the amplification of the clinic and in the management of groups and collectives, based on the theoretical references of the Paideia method and of the psychology of groups to work on interactions and conflicts. We selected six cases and analyzed aspects of the process of attachment and maturation of this group, which enabled the transformation of destructive feelings into constructive feelings. The presentation and discussion of the cases provided demonstrations of the group's unconscious. It is a way for the group to talk about itself through the clinical case (or managerial), which functions as a metaphor of the group's feelings. Recognizing and accommodating the difficulties strengthens the group because of the realization that everyone has weaknesses and as a result of their sharing, there is dissolution of anxieties, fears, and other feelings that hinder the construction of solutions. An integrated, prepared, and mature group will provide better health care to the population, with less illness and absenteeism and greater professional achievement.