RESUMO Objetivo Verificar se há reprodutibilidade e repetibilidade das mensurações diretas da lesão de Hill-Sachs (HS), a partir de imagens de reconstrução tomográficas, com o uso do programa de computador e em modelos obtidos por impressora tridimensional. Métodos Usaram-se imagens tomográficas de 14 pacientes com luxação recidivante do ombro feitas pelo serviço para construção dos modelos tridimensionais virtuais (software InVesalius 3.0®). Com o software Rhinocerus 5.0® mensurou-se a lesão de HS e padronizou-se uma posição para aferição das seguintes medidas: a maior distância mediolateral, perpendicular ao eixo da diáfise, a distância craniocaudal, pararela à diáfise, e a maior distância numa linha imaginária no eixo longitudinal da lesão. Com impressora tridimensional Printer-ZP 310 confeccionou-se os protótipos em gesso. Usou-se paquímetro digital universal calibrado, para fazer as três medidas da lesão de HS pré-estabelecidas. As mensurações foram feitas por aferição cega. Resultados Houve grande variabilidade intraobservador e interobservador para as medidas em uma mesma peça. Os observadores não fizeram as medições de forma similar, o que caracteriza a existência de dificuldade da mensuração pelo método (p < 0,05). Nas mensurações no computador para aferição da distância mediolateral e na medição da peça com paquímetro, o tipo da peça influenciou a forma de feitura de medidas por cada um dos observadores, o que tornou o método de mensuração inválido (p < 0,05). Conclusão Não houve reprodutibilidade e repetibilidade nas mensurações da lesão de HS, tanto em modelos de gesso quanto nas imagens de reconstrução tomográficas.
ABSTRACT Objective To evaluate the reproducibility and repeatability of Hill–Sachs lesion measurement from computed tomography images, with computer software and tridimensional prototype. Methods Three-dimensional models were made from computed tomography images from 14 patients with anterior shoulder instability, using InVesalius 3.0® software. Hill–Sachs lesions were measured with Rhinocerus 5.0® software with pre-determined position. Mid-lateral distance, perpendicular to humeral shaft, cranial-caudal distance, parallel to humeral shaft, and the longitudinal distance of the lesion were measured. Using the Printer-ZP 310 three-dimensional printer, plaster models were made. To measure the Hill–Sachs lesion, a calibrated universal digital caliper was used in the same way as the software. Results There was intra-observer and inter-observer variability for measurement of the same model. Observers did not perform the measurements in a similar way, showing difficulty to use the method (p < 0.05). Using the software to measure the mid-lateral distance, as well as in the measurement with the caliper, the model type influenced the measurements for each of the observers, rendering the method invalid (p < 0.05). Conclusion There was no reproducibility and repeatability for Hill–Sachs lesion measurement between plaster models and software models.