RESUMO Introdução: As medidas de quarentena para a pandemia da doença coronavírus 2019 (COVID-19) modificaram as consultas ortodônticas. Objetivo: O objetivo desse estudo foi avaliar as experiências e necessidades autorreferidas dos pacientes ortodônticos durante o período de quarentena sem consulta ortodôntica presencial. Métodos: Trinta pacientes, com idades entre 8 e 21 anos, em tratamento ortodôntico ativo, foram selecionados aleatoriamente. Um questionário com perguntas relacionadas aos impactos físicos e emocionais durante a quarentena de COVID-19 foi aplicado durante o segundo mês de quarentena brasileira, por meio de ligações telefônicas. Resultados: Dezesseis por cento dos pacientes referiram dor relacionada ao aparelho ortodôntico, e a quebra do aparelho foi observada em 23,33%. Vinte por cento sentiram necessidade de consulta ortodôntica de emergência, 3,33% procuraram atenção particular e 23% disseram que, mesmo diante de uma emergência ortodôntica, não procurariam atenção particular e prefeririam se comunicar com o ortodontista pelo WhatsApp. A autopercepção do estado de higiene bucal apresentou melhora em 36,67% e piora em 6,67% dos pacientes, enquanto 56,66% relataram manutenção do mesmo estado de higiene. Sessenta por cento estavam preocupados com o tratamento ortodôntico. As preocupações gerais estavam relacionadas com a saúde e uma possível extensão do tempo de quarentena. Conclusões: Durante a quarentena de COVID-19, os pacientes ortodônticos demonstraram baixa frequência de interferência do aparelho ortodôntico no dia a dia, e a maioria relatou manutenção dos hábitos de higiene bucal. A frequência de dor relacionada ao aparelho e de quebra do aparelho foi de 16,67% e 23,33%, respectivamente. A principal preocupação dos pacientes durante o período de quarentena era ficar doente, além do medo de uma extensão do período de quarentena.
ABSTRACT Introduction: Quarantine protocols for coronavirus disease 2019 (COVID-19) pandemic has modified orthodontic appointments. Objective: to evaluate self-reported experience and needs of orthodontic patients during the quarantine period without in-person appointments. Methods: Thirty patients, aged 8 to 21 years, under active orthodontic treatment were randomly selected. A phone call questionnaire including questions on physical and emotional impacts of the quarantine of COVID-19 was applied during the second month of Brazilian quarantine. Results: Sixteen percent of the patients reported pain related to the orthodontic appliance. Appliance breakage was observed in 23.33%. Twenty percent felt the need of an emergency orthodontic appointment and 3.33% visited a private practice. Moreover, 23% reported that even in an emergency need, they would not search for an appointment, preferring to communicate with the orthodontist by WhatsApp. Oral hygiene self-perception status showed improvement in 36.67% and worsening in 6.67% of the patients, while 56.66% reported maintenance of the same hygiene status. Sixty percent were concerned about the orthodontic treatment. General concerns were primary related to health and a possible extension of the quarantine time. Conclusions: During COVID-19 quarantine, orthodontic patients demonstrated a low frequency of orthodontic appliance interference in daily life, and most of them reported a maintenance of oral hygiene habits. The frequency of appliance related pain and breakage was 16.67% and 23.33%, respectively. Patients’ main concern during the quarantine period was the fear of getting sick and the uncertainness about the extension of the quarantine period.
