Resumo Atualmente, é possível encontrar múltiplas vertentes no significado atribuído à prática do Acolhimento, em especial aquelas descritas nas diretrizes da Política Nacional de Humanização (PNH). No contexto das práticas psicológicas, no entanto, os significados e as características do Acolhimento não são suficientemente explorados pela literatura. Considerando essa lacuna teórica, este estudo teve por objetivo investigar, por meio de entrevistas semiestruturadas realizadas com psicólogos que atuam em hospitais de um município do interior paulista, os significados atribuídos ao Acolhimento em sua rotina profissional. A análise de conteúdo das entrevistas resultou em seis categorias temáticas, agrupadas no eixo central “Acolhimento como postura” e assim nomeadas: conduta , vínculo , resgate da subjetividade , escuta , atributos pessoais e empatia . Os resultados indicaram que os entrevistados enfatizam o Acolhimento como uma prática que existe primordialmente em uma vertente relacional, na qual se valoriza a relação psicólogo-usuário e se privilegia a escuta da subjetividade. Eles também consideraram que a efetividade do Acolhimento requer o desenvolvimento de habilidades especiais de escuta do psicólogo. Chama a atenção que não foram abordadas outras vertentes do Acolhimento, previstas na PNH como tarefas que cabem também ao psicólogo executar, como as que estão voltadas para aspectos de gestão do trabalho e responsabilização pelo acompanhamento do fluxo dos usuários no sistema de saúde.
Abstract Currently, it is possible to find multiple aspects in the meaning attributed to the practice of Welcoming services, especially those described in the guidelines of the Brazilian National Humanization Policy (PNH). In the context of psychological practices, however, the meanings and characteristics of Welcoming services are not sufficiently explored in the literature. Considering this theoretical gap, this study aimed to investigate, through semi-structured interviews with psychologists who work in hospitals in a city in the interior of São Paulo, Brazil, the meanings attributed to Welcoming services in their professional routine. The content analysis of the interviews resulted in six thematic categories, grouped in the central axis “Welcoming services as posture” and thus named: conduct, bonding, subjectivity rescue, listening, personal attributes and empathy. The results indicated that the interviewees emphasize Welcoming services as a practice that exists primarily in a relational aspect, in which the psychologist-user relationship is valued and the listening of subjectivity is privileged. They also considered that the effectiveness of Welcoming services requires the development of special listening skills by the psychologist. It is noteworthy that other aspects of Welcoming services were not addressed in the PNH as tasks that also fit the psychologist to perform, such as those that are focused on aspects of work management and accountability for monitoring the flow of users in the health system.
Resumen Actualmente, es posible encontrar múltiples vertientes en el significado atribuido a la práctica del Acoger, especialmente aquellas descritas en las directrices de la Política Nacional de Humanización (PNH). Sin embargo, en el contexto de las prácticas psicológicas, los significados y las características del Acoger no están suficientemente explorados en la literatura. Teniendo en cuenta esta brecha teórica, este estudio tuvo como objetivo investigar, a través de entrevistas semiestructuradas realizadas con psicólogos que trabajan en hospitales de una ciudad del interior de São Paulo, los significados atribuidos a la Acogida en su rutina profesional. El análisis de contenido de las entrevistas dio como resultado seis categorías temáticas, agrupadas en el eje central “Acoger como postura” y nombradas como: conducta, vinculación, rescate de la subjetividad, escucha, atributos personales y empatía. Los resultados indicaron que los entrevistados enfatizan la Acogida como una práctica que existe principalmente en un aspecto relacional, que valora la relación psicólogo-usuario y privilegia la escucha de la subjetividad. También consideraron que la efectividad del Acoger requiere el desarrollo de habilidades especiales de escucha del psicólogo. Es de destacar que no se abordaron otros aspectos de la Acogida, según lo dispuesto en la PNH como tareas que también se ajustan al psicólogo para realizar, como las relacionadas con los aspectos de la gestión del trabajo y la responsabilidad para monitorear el flujo de usuarios en el sistema de salud.