Resumo Introdução: Os veículos a motor transformaram a vida humana de maneira radical e contraditória. Ao mesmo tempo que trouxeram conforto e facilidades, se tornaram um dos principais causadores de trauma, dor, incapacidades e mortes em escala mundial. Objetivo: Investigar a qualidade de vida e autoestima em acidentados de trânsito submetidos à reabilitação física. Métodos: Estudo transversal, controlado. Comparou-se a qualidade de vida e a autoestima de vítimas de acidentes de trânsito submetidos a reabilitação fisioterápica com outros acidentados, pacientes de fisioterapia por outras causas e população geral. Resultados: Foi significantemente mais baixa a autoestima entre os que faziam fisioterapia devido a acidentes de trânsito do que entre os outros acidentados e os que estavam em reabilitação por outros motivos (p < 0,05). A qualidade de vida do grupo de estudo obteve os seguintes escores médios: Domínio Físico 48,1; Psicológico 52,8; Social 68,1; Ambiental 54,1. Estes escores foram inferiores aos dos grupos de acidentados de trânsito que não fizeram fisioterapia e aos da população geral em todos os domínios (p < 0,05) e superior aos dos submetidos à fisioterapia por outros motivos, exceto no domínio psicológico. Conclusão: A autoestima e a qualidade de vida nos acidentados de trânsito submetidos à fisioterapia foram baixas. O profissional de fisioterapia pode ter importante papel na melhora destas condições na medida em que assuma uma postura humanizada, praticando ações de saúde voltadas ao paciente e não à doença.
Abstract Introduction: Motor vehicles have transformed human life in radical and contradictory ways. At the same time that cars have brought comfort and ease to human life, they are also a main cause of trauma, pain, disability, and death worldwide. Objective: To investigate the quality of life and self-esteem of traffic accident victims undergoing physical rehabilitation. Methods: This was a controlled, cross-sectional study that compared quality of life and self-esteem among traffic accident victims in physical therapy with other accident victims, physical therapy patients for other causes, and the general population. Results: The self-esteem of individuals undergoing physical therapy due to traffic accidents was lower compared to victims of other accidents and those in physical therapy for other reasons (p < 0.05). Regarding quality of life, the study group sample obtained the following mean scores: physical domain 48.1; psychological 52.8; social 68.1; environmental 54.1. These scores were lower than those of traffic accident victims who did not undergo physical therapy and of the general population in all domains (p < 0.05), but higher than that of individuals undergoing physical therapy for other causes, except in the psychological domain. Conclusion: Self-esteem and quality of life were low in traffic accident victims undergoing physical therapy. Physical therapy professionals can play an important role in improving these conditions provided they assume a humanized posture, practicing patient-centered rather than disease-centered health actions.