RESUMO INTRODUÇÃO: Os resultados de alguns estudos mostraram que o homem cuidador presta cuidados diferentes da mulher cuidadora, quer no volume, quer no tipo de cuidados, sugerindo que o gênero é uma variável que molda significativamente as experiências de cuidar em família. OBJETIVOS: Descrever a experiência vivida pelos cuidadores (cônjuges) de mulheres que sofrem de demência. METODOLOGIA: Efetuamos um estudo utilizando metodologia qualitativa, seguindo um percurso fenomenológico. Participaram 13 cuidadores (cônjuges) de mulheres com diagnóstico clínico de demência, que cuidavam dos seus familiares em domicílio familiar. A entrevista consistiu num conjunto de questões estruturadas, para caracterização da situação de cuidados, e a parte central teve como ponto de partida uma única questão que induzia a descrição da experiência de viver a situação em estudo. RESULTADOS: A idade dos cuidadores oscilou entre 59 e 81 anos e a duração da prestação de prestação de cuidados, entre 3 e 15 anos. Apenas dois cuidadores mantinham atividade profissional. Quase todos (11) prestavam grande parte dos cuidados necessários para a satisfação das necessidades das doentes nas atividades de vida diária. A maioria dos cuidadores (9) estava isolada nos cuidados, não recebendo apoio instrumental, aconselhamento ou suporte emocional. Da análise qualitativa de conteúdo efetuada, extraíram-se os seguintes temas: experiências prévias, percurso conjugal e decisão para cuidar. CONCLUSÃO: O momento de decisão para cuidar parece constituir um elemento fundamental na experiência de cuidar do homem e, provavelmente, a maior diferença de cuidar no masculino do cuidar no feminino.
ABSTRACT INTRODUCTION: The results of some studies have shown that the male caregiver provides different care as compared to female caregivers, either in volume or the type of care, suggesting that gender is a variable that significantly shapes the experiences of family care. Objectives: To describe the experience lived by caregivers (spouses) of women who suffer from dementia. METHODOLOGY: We carried out a study using qualitative methodology, following a phenomenological sense. Participants were 13 caregivers (spouses) of women with clinical diagnosis of dementia, who cared for their relatives in the family home. The interview consisted of a structured questionnaire to characterize the situation of care, and the central part had as starting point a single issue that prompted the description of the experience of living the situation under study. RESULTS: The age of caregivers ranged from 59 to 81 years and the duration of the provision of care, between 3 and 15 years. Only two caregivers held professional activity. Almost all (11) offered much of the care required to meet the needs of patients in activities of daily living. Most caregivers (9) were isolated in care, not receiving instrumental support, advice or emotional support. From the qualitative analysis performed, the following topics arose: previous experience, background and marital decision to care. CONCLUSION: The turning point for care seems to be a fundamental element in the experience of caring for the man, and probably the biggest difference between male care and female care.