O objetivo deste trabalho foi evidenciar as repercussões histopatológicas da colostomia no segmento desfuncionalizado e, dessa forma, criar um modelo experimental da colite de derivação fecal (CO). Foram utilizados 65 ratos, adultos, da raça Wistar, com peso variando de 220 a 300 g. Os animais foram divididos em 13 grupos, contendo cinco ratos. Do grupo 1 ao grupo 12, os animais foram submetidos a laparotomia mediana, sendo realizada uma colostomia terminal tipo boca única, e observados, por períodos variados de tempo, com o máximo de cem dias. Os animais, após serem mortos, foram necropsiados e retirado o segmento co1ônico desfuncionalizado para a avaliação histopatológica. Essa avaliação consistia de uma análise quantitativa, através da medida da espessura da mucosa colônica, e de uma análise qualitativa, mediante avaliação subjetiva: da presença de infiltrado inflamatório agudo ou crônico na lâmina própria; das alterações na arquitetura das criptas colônicas; da presença de hiperplasia folicular linfóide e de linfócitos na luz dos vasos da submucosa; e da presença de eosinófilos na luz intestinal. No grupo 12, após o 100° dia de pós-operatório (OPO), foi realizada a reconstrução do trânsito intestinal, e, após trinta dias, o cólon descendente foi retirado para a análise histopatológica. O método de Tukey e o teste "t" de Student foram utilizados como parte da análise dos resultados. Verificou-se uma redução estatisticamente significante da espessura da mucosa colônica a partir do 4000PO. Concluiu-se que a colostomia desfuncionalizante realizada em ratos reproduziu alterações histopatológicas compatíveis com a colite de derivação, e que estas mostraram-se reversíveis após a reconstrução do trânsito intestinal.
The main goal of this work was to demonstrate the consequences of colostomy in the dysfunctional intestinal segment, creating a model of fecal diversion colitis (CD). Sixty five adult wistar rats, weighting 220 to 300g, were divided into 13 groups of five rats. In groups I to 12, the animals were submitted to a median laparotomy to perform a terminal colostomy after which the animals were observed for a maximum period of 100 days. The animals were then killed and a necropsy was performed for removing the defunctioning colonic segment for histopathological evaluation. Quantitative analysis was performed by measuring the width of the colonic mucosa, while qualitative analysis through the presence of inflammatory infiltrate - acute or chronic - in the lamina propria, changes in colonic crypts, presence of lymphoid follicular hyperplasia and lymphocites in the lumen of submucosal vessels, and the presence of eosinophiles in the intestinal lumen. In group 12, the animals underwent reconstruction of the normal intestinal flow 100 days after the dysfunctional colostomy, and were killed 30 days after that operations, the descending colon was removed for histopathological analysis similar to the previous groups. In group 13 (control), the animals were killed to remove a segment of the descending colon. Results were analysed according to the Turkey method and Student's T test. It was noted a significant reduction of colonic mucosa width, beginning at the 40th postoperative day (group 5). In conclusion, the colostomy in rats resembles histopathologic changes compatible with diversion colitis, and that this one was reversible after reconstruction of normal intestinal flow.