Abstract This article investigates verbal sequences in the Apyãwa language that follow the person-V1-V2 structure, where V1 is any lexical verb and V2 belongs to a select group of verbs that generally convey aspect or modality. We selected the most productive verbs, namely kwããw [know], patãr [want, to wish], pãw, [end, finish], and kãto [be fine, be good]. As the Covid-19 pandemic precluded field work, the data were mostly drawn from the work of Praça (2007). We analyse person-V1-V2 verbal sequences for each verb, emphasising their main characteristics: both verbs in each sequence being full-fledged verbs and the sequences forming single-clause constructions. These are sometimes close to serial verbal constructions and sometimes distant; attempting to classify V2 as an auxiliary verb is also problematic. We consequently propose a different analytical approach. For the transitive verbs, kwããw [to know] and patãr [to want, to wish], the clause object related to V1 is incorporated by V2. In the case of the intransitive verbs, pãw [to end, to finish] and kãto [to be fine, to be good], we observe that they become modifiers of V1.
Resumo Investigam-se sequências verbais da língua Apyãwa que se apresentam sob a estrutura pessoa-V1-V2, sendo V1 qualquer verbo lexical, e pertencendo V2 a um seleto grupo de verbos que geralmente manifestam semântica de aspecto ou modalidade. Selecionaram-se os verbos mais produtivos: kwããw ‘saber, conhecer’; patãr ‘querer, desejar’; pãw ‘acabar, terminar’; e kãto ‘ser bonito, ser bom’. Devido à pandemia de Covid-19, não foi possível realizar trabalho de campo; por isso, os dados, em sua maioria, foram extraídos de Praça (2007). Analisou-se a estrutura em cada verbo eleito para este estudo, destacando-se suas principais características: ambos os verbos da sequência serem verbos plenos e as sequências formarem construções mono-oracionais. Tais características apresentadas ora aproximam a estrutura de construções verbais seriais, ora a distanciam delas. O mesmo acontece quando se intenta classificar V2 como um auxiliar. Assim, propõe-se outra análise em que, para os verbos transitivos – kwããw ‘saber, conhecer’ e patãr ‘querer, desejar’ –, ocorre a incorporação do objeto oracional relativo a V1 por V2, e que, no caso dos verbos intransitivos – pãw ‘acabar, terminar’ e kãto ‘ser bonito, ser bom’ –, estes tornam-se modificadores de V1.