CONTEXTO: O estetoscópio é um instrumento de uso universal no ambiente hospitalar que entra em contato direto com muitos pacientes e, portanto, pode servir como vetor na disseminação de infecções bacterianas. OBJETIVO: Pesquisar a presença de bactérias, fungos e leveduras no diafragma dos estetoscópios e a resistência bacteriana aos antimicrobianos. TIPO DE ESTUDO: Descritivo, prospectivo, não-controlado. LOCAL: Hospital de nível terciário. AMOSTRA: Utilizamos amostras de 300 estetoscópios colhidas ao acaso e procedentes de médicos, residentes, estudantes de Medicina, enfermeiros, estudantes de Enfermagem e outros setores do hospital. VARIÁVEIS ESTUDADAS: Foram pesquisados 300 diafragmas de estetoscópios, provenientes aleatoriamente dos diversos setores do hospital e procedentes de médicos (63 amostras), residentes (54 amostras), estudantes de Medicina (106 amostras), enfermeiros (8 amostras), estudantes de Enfermagem (33 amostras) e outros setores (36 amostras). O material foi coletado com uma zaragatoa estéril umedecida em solução fisiológica e inoculada em meio de BHI (Brain Heart Infusion) e levado a estufa por 24 a 48 horas. Logo após, as amostras foram semeadas em meios de ágar-sangue, MacConkey e Sabouraud e identificadas utilizando-se o método de Gram e provas bioquímicas. Posteriormente, realizou-se o teste de sensibilidade aos antimicrobianos através do método de Kirby-Bauer. RESULTADOS: 87% dos estetoscópios analisados estavam contaminados. Foram isolados: cocos Gram-positivos, leveduras, fungos, bacilos Gram-positivos e Gram-negativos. Não houve uma associação significante entre os microorganismos mais prevalentes e a categoria profissional. Em relação à presença de mais de um microorganismo no diafragma dos estetoscópios, Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase negativos e Bacillus foram significantemente mais freqüentes. CONCLUSÕES: Os estetoscópios apresentam um grande índice de contaminação e sua utilização sem as devidas precauções pode disseminar as infecções hospitalares.

CONTEXT: The stethoscope is a universal tool in the hospital that is in direct contact with many patients and can therefore be a vector in the dissemination of bacterial infections. OBJECTIVE: To research the presence of bacteria, fungi and yeast on the stethoscope diaphragm and the resistance of bacteria to antimicrobial drugs. DESIGN: Descriptive, prospective, non-controlled. SETTING: A tertiary care hospital. SAMPLE: Samples were taken randomly from 300 stethoscopes employed by medical staff (medical residents, medical students, nurses and nursing school students) and other sectors of the hospital. MAIN MEASUREMENTS: Three hundred stethoscope diaphragms used in several sectors of the hospital facilities by medical doctors (63 samples), medical residents (54 samples), medical students (106 samples), nursing school students (33 samples) and specific sectors (36 samples) were analyzed. Material was collected randomly. It was collected with the aid of a sterile swab moistened in physiological solution, inoculated into Brain Heart Infusion media and incubated in an oven for 24 to 48 hours. After this period, the samples were inoculated into blood agar, MacConkey agar and Sabouraud media and identified by Gram staining and biochemical assays. An assay to test bacteria sensitivity to antibiotics was also carried out by the Kirby-Bauer method. RESULTS: Eighty-seven percent of the analyzed stethoscopes were contaminated. Gram-positive cocci, yeasts, fungi and Gram-positive and negative bacilli were isolated. There was no significant association between the most predominant microorganisms and professional category. Staphylococcus aureus, Staphylococcus negative coagulase and Bacillus were significantly more frequent in relation to the presence of more than one microorganism on the stethoscope diaphragm. CONCLUSION: Stethoscopes presented a high rate of contamination and their use without precautions can spread nosocomial infections.