OBJETIVO: Avaliar achados ultrassonográficos nas três principais formas de apresentação da toxocaríase ocular (granulomas de periferia e polo posterior e endoftalmite crônica), em pacientes com diagnóstico confirmado de toxocaríase ocular. MÉTODOS: Foram analisados no estudo 11 pacientes (11 olhos), de forma prospectiva, com diagnóstico de toxocaríase forma ativa, com teste ELISA positivo. Os pacientes foram submetidos ao exame de ultrassonografia ocular (transdutor 10 MHz, técnica de contato). RESULTADOS: Na série de 11 pacientes, com idade média de 7,9 anos (variando de 2 a 17 anos), 73% homens, referiram contato prévio com cães (91%), e com solo (50%), sem referência à perversão do apetite. Na avaliação dos olhos comprometidos (11 olhos), o exame oftalmológico revelou a seguinte distribuição das três formas de toxocaríase ocular: 7 (63,6%), granuloma de polo posterior; 1 (9,1%), endoftalmite crônica; 2 (18,2%), granuloma periférico; e 1 (9,1%), quadro associado de granuloma de polo posterior e endoftalmite crônica. Acuidade visual comprometida: sem percepção luminosa (3 olhos, 27,3%); visão de vultos (4 olhos, 36,4%); contar dedos a 10 cm (1 olho, 9,1%); 20/200 (1 olho, 9,1%); 20/70 (1 olho, 9,1%); indeterminado (1 olho, 9,1%). Sorologia para Toxocara canis foi positiva (teste ELISA) em 100% dos casos. Oftalmoscopia foi difícil ou impossível em 64% dos casos devido à opacidade de meios. Características ultrassonográficas observadas: membranas vítreas com retina aplicada (100%); lesões de parede (granulomas) com refletividade alta (80%) ou média (20%). CONCLUSÃO: O achado ultrassonográfico mais consistente no olho portador de toxocaríase foi a presença de massa retiniana de alta refletividade, localizada no polo posterior ou periferia, que pode ser calcificada, e que apresenta como principal característica a aderência de membranas vítreas. Em combinação com a história, exame clínico e sorologia, a ultrassonografia pode ajudar no diagnóstico da toxocaríase ocular, principalmente nos casos com opacidade de meios.
PURPOSE: To evaluate ophthalmic ultrasound findings in the three presentation forms of ocular toxocariasis (peripheral or posterior pole granulomas and chronic endophthalmitis), in patients with confirmed diagnosis of ocular toxocariasis. METHODS: 11 patients (11 eyes) with clinical and confirmed diagnosis of active ocular toxocariasis, presented positive ELISA test, were analyzed, prospectively, in the study. The patients were submitted to an ocular ultrasound examination (10-MHz transducer, contact technique). RESULTS: In the series of 11 patients, mean age was 7.9 years-old (range from 2 to 17 y), 73% male, referring previous contact with dogs (91%), and with the soil (50%), no referral of appetite perversion. In the analyses of compromised eyes (11 eyes), the ophthalmoscopic examination revealed the following distribution of the 3 forms of ocular toxocariasis: 7 cases (63.6%), posterior pole granuloma; 1 (9.1%), chronic endophthalmitis; 2 (18.2%), peripheral granuloma; and 1 (9.1%), posterior pole granuloma associated with chronic endophthalmitis. Visual acuity impairment: no light perception (3 eyes, 27.3%); hand motion (4 eyes, 36.4%); counting fingers at 10 cm (1 eye, 9.1%); 20/200 (1 eye, 9.1%); 20/70 (1 eye, 9.1%); undefined (1 eye, 9.1%). Serology was positive to Toxocara canis (ELISA test) in 100% of the cases. Ophthalmoscopy was difficult or impossible in 64% of the cases due to the media opacity. Ultrasound findings noted were vitreous membranes with retinal attachment (100%); parietal lesions (granulomas) with high (80%) or medium (20%) reflectivity. CONCLUSION: The most consistent ultrasound finding in the eye with toxocariasis was a high-reflectivity retinal mass, located in posterior pole or periphery, which may be calcified, and which has as main characteristic the adherence of vitreous membranes. In addition to clinical history, systemic evaluation and serology, the ultrasound can help in the diagnosis of ocular toxocariasis, especially in media opacities.