O aumento da expectativa de vida faz com que os idosos sejam a faixa etária com maior crescimento. A colecistectomia é a cirurgia abdominal mais comum neste grupo. A associação de doenças crônicas e formas complicadas implica em preconizar o tratamento operatório eletivo nos idosos sintomáticos. Os bons resultados obtidos com a colecistectomia laparoscópica determinaram o surgimento de estudos comparando a cirurgia convencional com a videocirurgia, entretanto, nos idosos há poucas casuísticas analisadas, principalmente no nosso meio. OBJETIVOS: Analisar os resultados imediatos da morbidade da colecistectomia eletiva em doentes idosos, por duas vias de acesso. MÉTODOS: Estudamos, retrospectivamente, doentes com idade > 65 anos operados por incisão subcostal (grupo I) e videolaparoscópica (grupo II). Os grupos foram comparados em relação à presença de complicação até 30 dias e nas suas formas de apresentação: cirúrgica, cirúrgicas (intra e pós-operatórias) e sistêmicas e, posteriormente, com as variáveis sexo, faixa etária, doença associada, cardiovascular, metabólica, pulmonar e ASA. Na análise estatística, empregou-se o teste t de Student e a correlação de Spearman, considerando p < 0,05 como significância estatística. RESULTADOS: Foram 246 doentes distribuídos em dois grupos, sendo 120 no grupo I e 126 no grupo II. A média de idade foi de 71 anos em ambos os grupos. As doenças associadas estiveram presentes em 155 doentes (63%), destacando-se as cardiovasculares, com distribuição semelhante nos grupos I e II. A conversão ocorreu em 10 doentes (8,3%). O tempo cirúrgico médio foi de 133 minutos no grupo I e de 112 minutos no grupo II (p=0.001). A permanência hospitalar em dias foi semelhante entre os grupos I (3,3) e II (3,2) p=0,698. A morbidade foi semelhante nos grupos I (10,8%) e II (10,3%), p=0,896. Não houve diferença estatística em relação à presença de complicação e de suas formas de apresentação entre os grupos. A presença de complicação pós-operatória no sexo feminino no grupo II (p=0,026) foi a única variável com significância estatística. A mortalidade ocorreu em dois doentes 1,6% ambos do grupo II (p=0,158). CONCLUSÕES: O doente idoso portador de litíase vesicular sintomática e clinicamente compensado pode ser submetido à colecistectomia de forma eletiva, com baixos índices de morbimortalidade e resultados semelhantes, independente da via de acesso empregada.
The rise of elderly population is due to the improvement of life expectancy. The biliary lithiasis is the most common condition requiring intra-abdominal surgery. Half of these patients sustain associated diseases and frequently develops acute and complicated forms of cholelithiasis. Therefore, cholecystectomy is indicated for patients with chronic symptomatic disease. During a long period open cholecystectomy has been practiced, with low complications and mortality rates. Videolaparoscopy has been recently proposed as an option in these cases, however, few studies compared its advantages over open cholecystectomy for elderly patients. OBJECTIVE: To access the early results of the surgical treatment for cholelithiasis in the elderly submitted to an open or laparoscopic cholecystectomy. METHODS: retrospective study with 246 patients > 65 years old, who underwent elective cholecystectomy through a subcostal incision (group I) or laparoscopic approach (group II). We employed Student's t test and Spearman's correlation for statistical analysis, considering p < 0,05 as significant. RESULTS: A hundred and twenty patients were arranged in group I and 126 in group II. Associated diseases were present in 155 cases (63). There were no differences between the groups regarding both the distribution of comorbid conditions. Conversion was evaluated in 10 patients (8.3%). The mean operative time was 133 minutes in group I and 112 minutes in group II (p=0.001). The mean hospital stay in group I was 3,3 days and in group II was 3.2 days p=0.698. Thirteen patients in each group developed complications: group I (10.8%) and group II (10.3%) p=0,896. There was no statistis significance in complication rate related to gender, age, associated diseases and ASA when the both groups were compared. There were two deaths, both in group II, although the mortality rate was not statiscally significant between the groups (p=0.158). CONCLUSION: Both open and laparoscopic cholecystectomy can be practiced in the elderly with low and similar rate of complications.