JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Antes de cirurgia eletiva é indispensável conhecer com antecedência as condições clínicas do paciente. O objetivo deste estudo foi comparar a avaliação pré-operatória (APO) por meio do preenchimento de um questionário com a consulta realizada pelo anestesiologista. MÉTODO: Antes da consulta pré-operatória, os pacientes responderam a um questionário com informações sobre idade, peso, altura, cirurgia planejada, história médica e cirúrgica pregressa, alergias, medicamentos e doses usadas, história social (drogas ilícitas, álcool, tabagismo), capacidade funcional e tolerância ao exercício. A consulta pré-operatória foi realizada por anestesiologista que não tinha acesso aos dados do questionário nem conhecimento da pesquisa. Os dados obtidos por meio do questionário foram comparados com a consulta pré-operatória por dois pesquisadores independentes, com a finalidade de responder às perguntas: 1) A avaliação pelo questionário foi suficiente - o paciente poderia ser conduzido à cirurgia sem necessidade da avaliação presencial? 2) Houve alguma informação relevante - capaz de mudar a conduta anestésica - que o questionário não aferiu, mas que a consulta presencial avaliou? 3) Houve alguma informação acrescentada pelo questionário de saúde que a consulta presencial não obteve? Para análise estatística usou-se o teste t de Student pareado para dados paramétricos e o teste Qui-quadrado para dados categóricos com P < 0,05. RESULTADOS: Dentre os 269 pacientes elegíveis houve uma recusa, quatro aceitaram participar mas não preencheram o questionário e houve 52 perdas, totalizando 212 participantes. O questionário acrescentou dados à consulta em 109 casos (51,4%). A triagem apenas pelo questionário foi suficiente - não necessitou de consulta presencial - em 144 pacientes (67,93%). A avaliação realizada pelo anestesiologista liberou para a cirurgia na primeira consulta em 178 oportunidades (84%). Na identificação dos casos de não liberação para cirurgia, o questionário apresentou valor preditivo negativo de 94,4%, valor preditivo positivo de 38,2%, sensibilidade de 76,5% e especificidade de 76,4%. Houve fatores clínicos estatisticamente significativos (P < 0,05) associados com não liberação para a cirurgia: idade acima de 65 anos, IMC > 30, baixa capacidade funcional, hipertensão arterial, diabetes mellitus, asma, insuficiência renal, hepatite e cardiopatia isquêmica. CONCLUSÕES: O uso do questionário foi efetivo para triagem de pacientes que necessitam de avaliação complementar e/ou alteração de regime terapêutico previamente ao procedimento eletivo. Além disso, o questionário acrescentou dados não contemplados pela avaliação clínica.
BACKGROUND AND OBJECTIVE: Prior to elective surgery it is essential to know in advance the patient’s clinical condition. The aim of this study was to compare the preoperative evaluation (POE) through questionnaire responses with preanesthetic evaluation by the anesthesiologist. METHOD: Prior to their preoperative evaluation, patients answered a questionnaire with information regarding age, weight, height, scheduled surgery, past medical and surgical history, allergies, medications and doses used, social history (illicit drugs, alcohol, smoking), functional capacity and exercise tolerance. Preoperative evaluation was performed by an anesthesiologist who had no access to the questionnaire data or knowledge about the research. The questionnaire data were compared with the preoperative evaluation by two independent investigators, in order to answer the questions: 1) Was the questionnaire evaluation effective - could the patient undergo surgery without the need for face-to-face consultation? 2) Has been there any relevant information - ability to change the anesthetic approach - not assessed by the questionnaire, but assessed by the face-to-face consultation? 3) Has been there any information added by the health questionnaire that was missed by face-to-face consultation? For statistical analysis, the paired Student’s t-test was used for parametric data and chi-square test for categorical data, with p < 0.05 considered significant. RESULTS: Of the 269 eligible patients there was one refusal, and four agreed to participate but did not complete the questionnaire, in addition to 52 losses, totaling 212 participants. Questionnaire data added to the consultation in 109 cases (51.4%). The screening questionnaire alone was effective for 144 patients (67.93%), with no need for consultation. The anesthesiologist evaluation referred patients for surgery on their first visit in 178 opportunities (84%). In the identification of cases of non-referral to surgery, the questionnaire showed a negative predictive value of 94.4%, positive predictive value of 38.2%, sensitivity of 76.5%, and specificity of 76.4%. Statistically significant (P < 0.05) clinical factors associated with non-referral to surgery were: age over 65 years, BMI > 30, low functional capacity, hypertension, diabetes mellitus, asthma, renal failure, hepatitis, and ischemic heart disease. CONCLUSION: The questionnaire was effective for screening patients who needed further evaluation and/or changes in treatment regimen prior to elective surgery. Moreover, the questionnaire added data not covered by clinical evaluation.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Antes de iniciar la cirugía electiva se hace indispensable conocer con anterioridad las condiciones clínicas del paciente. El objetivo de este estudio, fue comparar la evaluación preoperatoria (EPO) por medio de la realización de un cuestionario con la consulta realizada por el anestesiólogo. MÉTODO: Antes de la consulta preoperatoria, los pacientes respondieron a un cuestionario con informaciones sobre edad, peso, altura, cirugía planificada, historial médico y quirúrgico anterior, alergias, medicamentos y dosis usadas, historial social (drogas ilícitas, alcohol, tabaquismo), capacidad funcional y tolerancia al ejercicio. La consulta preoperatoria fue realizada por un anestesiólogo que no tenía acceso a los datos del cuestionario ni sabía nada sobre la investigación. Los datos obtenidos por medio del cuestionario se compararon con la consulta preoperatoria por dos investigadores independientes, con la finalidad de responder a las preguntas: 1) ¿La evaluación por el cuestionario fue suficiente y el paciente podría haber sido derivado a la cirugía sin necesidad de la evaluación presencial? 2) ¿Hubo alguna información relevante capaz de cambiar la conducta anestésica que el cuestionario no comprobó, pero que fue tenido en cuenta por la consulta presencial? 3) ¿Hubo alguna información añadida por el cuestionario de salud que la consulta presencial no obtuvo? Para el análisis estadístico se usó el test t de Student pareado para los datos paramétricos, y el test X² para los datos categóricos con P < 0,05. RESULTADOS: De los 269 pacientes elegidos, se produjo una negativa, cuatro aceptaron participar pero no rellenaron el cuestionario, y hubo 52 pérdidas, totalizando 212 participantes. El cuestionario añadió datos a la consulta en 109 casos (51,4%). La selección hecha por el cuestionario fue suficiente y no necesitó consulta presencial en 144 pacientes (67,93%). La evaluación realizada por el anestesiólogo autorizó ya para operación en la primera consulta en 178 oportunidades (84%). En la identificación de los casos de no autorización para la cirugía, el cuestionario tuvo un valor predictivo negativo de un 94,4%, valor predictivo positivo de un 38,2%, sensibilidad del 76,5% y una especificidad de un 76,4%. Hubo factores clínicos estadísticamente significativos (P < 0,05), asociados con la no autorización para la cirugía: edad por encima de los 65 años, IMC > 30, baja capacidad funcional, hipertensión arterial, diabetes mellitus, asma, insuficiencia renal, hepatitis y cardiopatía isquémica. CONCLUSIONES: El uso del cuestionario fue efectivo para la selección de pacientes que necesitan una evaluación complementaria y/o alteración de régimen terapéutico anteriormente al procedimiento electivo. Además, el cuestionario añadió datos no contemplados por la evaluación tradicional.