Resumo Este artigo analisa as experiências de gênero, a abjeção dos corpos e as agências de mulheres atletas do levantamento de peso. Para tal, aportamos as observações de treinamentos, na realização de entrevistas com oito atletas da modalidade e nos referenciais dos estudos de gênero e sexualidade pós-estruturalistas. As narrativas das atletas expõem visões de mundo referenciadas em binarismos de gênero, e seus corpos trazem marcas das experiências esportivas, refletidas em volume, força e potência muscular elevada. Tais inscrições corporais fazem emergir a instabilidade e descontinuidade do sistema normativo sexo-gênero-desejo e constroem feminilidades superlativas, “forçudas” e consequentemente estigmatizadas e abjetas. Essas transformações lançam “suspeição” sobre suas sexualidades, e a heteronormatividade assume centralidade no processo de abjeção em suas relações de sociabilidade. Na medida em que “subvertem” as expectativas corporais normalizadas, essas mulheres performatizam resistências e a pluralização das feminilidades no esporte.
Abstract This article reviews gender experiences, abjection of female weight-lifting athletes’ bodies and their agencies. To this end, we provide observations about practice sessions by interviewing eight athletes under the frameworks of poststructuralist gender and sexuality studies. Athletes’ narratives expose world views based on gender and sexuality binarisms, and their bodies bear the marks of sports experiences reflected in the volume, strength and high muscular power. Such bodily inscriptions bring out instability and discontinuity of the normative sex-genre-desire system and build superlative, “robust” and consequently stigmatized and abject femininities. These changes raise “suspicion” about their sexualities and heteronormativity takes center stage in the process of abjection in their relationships of sociability. As these women “subvert” standardized bodily expectations, they performatize resistances and pluralization of femininities in sport.
Resumen Este artículo analiza las experiencias de género, la abyección de cuerpos y las agencias de las mujeres atletas en el levantamiento de pesas. Con este fin, aportamos observaciones sobre entrenamientos, realización de entrevistas con ocho atletas de este deporte y referencias de los estudios de género y la sexualidad posestructuralistas. Las narrativas de las atletas exponen visiones de mundo que tienen referencia en el binarismo de género y sus cuerpos portan las marcas de las experiencias deportivas, que se reflejan en volumen, fuerza y potencia muscular elevada. Tales inscripciones corporales hacen emerger la inestabilidad y la discontinuidad del sistema sexo-género-deseo y construyen feminidades superlativas, "fuertes" y, por lo tanto, estigmatizadas y abyectas. Estas transformaciones lanzan "sospecha" sobre sus sexualidades, y la heteronormatividad asume centralidad en el proceso de abyección en sus relaciones de sociabilidad. En la medida en que "subvierten" las expectativas corporales normalizadas, estas mujeres performatizan resistencias y la pluralización de las feminidades en el deporte.