Resumo Este artigo busca deslocar o debate sobre o ensino de língua portuguesa do campo da natureza e trazê-lo para o campo da política. Para isso, ele propõe que problematizar ideologias linguísticas, entendidas como racionalizações leigas e especializadas sobre a forma e a função da linguagem, equivale a politizar o ensino, na medida em que essas ideologias são investidas de interesses políticos dos grupos que as sustentam. Empiricamente, o artigo questiona as ideologias monolíngues que embasam os Parâmetros Curriculares Nacionais e outros discursos sobre a nação, contrastando-as com a produção poética e as racionalizações de Fabian Severo, poeta uruguaio e professor que escreve em portunhol. O texto explora, ainda, alinhamentos e fricções entre ideologias linguísticas entre estudantes que participaram de uma proposta translíngue de ensino de língua materna.
Abstract This paper attempts to dislocate the debate on Portuguese language teaching away from nature and towards politics. Thereunto, it argues that to think of linguistic ideologies, understood as lay and specialized rationalizations about language form and function is equivalent to embedding teaching in politics, inasmuch as these ideologies are invested with the political interests of the groups holding them. Empirically, the paper questions the monolingual ideologies informing the Parâmetros Curriculares Nacionais, or the federal curricula guidelines, and other discourses about the nation. It contrasts these ideologies with Fabian Severo’s poetry in Spanguese and his rationalizations. The paper also gauges attachments and frictions in the context of language-ideological discussions of students who participated in a trans-lingual proposal of Portuguese language teaching.
Resumen Este artículo busca desplazar el debate sobre la enseñanza de lengua portuguesa del campo de la naturaleza y traerla para el campo de la política. Para ello, propone que problematizar ideologías lingüísticas, entendidas como racionalizaciones de aquellos que desconocen y especializadas sobre la forma y la función del lenguaje, equivale a politizar la enseñanza, en la medida en que esas ideologías son investidas de intereses políticos de los grupos que las sostienen. Empíricamente, el artículo cuestiona las ideologías monolingües que basan los Parâmetros Curriculares Nacionais y otros discursos sobre la nación, contrastándolas con la producción poética y las racionalizaciones de Fabian Severo, poeta uruguayo y profesor que escribe en portuñol. El texto aún explora alineamientos y fricciones entre ideologías lingüísticas entre estudiantes que participaron de una propuesta translengua de enseñanza de lengua madre.