RESUMO: Este trabalho analisa a política de acessibilidade ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no que concerne ao atendimento diferenciado oferecido aos participantes com deficiência e aos diferentes elementos e etapas de sua implementação, tais como: o edital, o portal, o sistema de inscrição, as provas adaptadas, os locais de prova, a formação e a atuação das equipes de aplicação, a aplicação da prova e a correção das redações. Abordam-se dados das edições de 2011 e 2012. A análise dos dados permite identificar a evolução quantitativa da participação das pessoas com deficiência no exame, mas, sobretudo, apontar lacunas e inconsistências do processo, levando-nos a concluir que a política de acessibilidade ao Enem não pode ficar restrita a alguns aspectos do atendimento diferenciado, mas deve envolver o processo completo.
ABSTRACT: This paper analyzes the accessibility policy of the National Exam of Upper Secondary Education (Enem), concerning the accommodations provided for participants with disabilities and many different elements and stages related to its implementation, such as the public notice, the website, the registration system, adapted tests, tests locations, the training and the work of application teams, the application of the test and the correction of essays. It were considered the 2011 and 2012 editions data, which analysis allows to identify the quantitative evolution of the participation of people with disabilities in the exam, but mainly recognize process gaps and inconsistencies, leading us to conclude that the policy accessibility to Enem cannot be restricted to some aspects regarding accommodations, but must involve the whole process.
RÉSUMÉ: Ce travail a pour but d’analyser la politique d’accessibilité à l’Examen National de l’Enseignement Secondaire (Enem) en ce qui concerne le traitement différencié dispensé aux participants ayant des handicaps, et aux différents éléments et étapes de sa mise en place: l’appel aux inscriptions, le portail web, le système d’inscription, les épreuves adaptées, les lieux d’application de l’évaluation, la formation et l’action des équipes d’application, l’application de l’examen et la correction des rédactions. Les données examinées ici, concernant les années 2011 et 2012, permettent d’identifier l’évolution quantitative de la participation des personnes handicapées dans cet examen, mais mettent davantage en avant des lacunes et des inconsistances de ce processus - ce qui nous mène à conclure que la politique d’accessibilité à l’Enem ne peut pas seulement se restreindre à certains aspects de ce traitement différencié, mais doit tout autant impliquer l’ensemble de son processus.