JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A palpação foi demonstrada não ser muito precisa para identificar espaços interespinhosos lombares em anestesia neuroaxial. O objetivo deste estudo foi avaliar a precisão para determinar os espaços interespinhosos lombares pela palpação por anestesiologistas com o uso de radiografias pós-operatórias em pacientes obstétricas. MÉTODOS: Revisamos os registros anestésicos e as radiografias abdominais pós-operatórias de cesarianas. Inserimos o cateter epidural para analgesia pós-operatória com dose única. Incluímos casos de anestesia combinada raqui-peridural e comparamos o nível interespinhoso registrado pelo anestesiologista e o nível de inserção do cateter peridural confirmado pela radiografia abdominal de cada caso. Também avaliamos os fatores (idade, peso, altura, Índice de Massa Corporal, idade gestacional e tipo de cirurgia [programada/emergência]) que levaram à identificação errônea do nível interespinhoso. RESULTADOS: Foram avaliadas 835 cesarianas de 967 feitas. Os níveis das punções documentados pelos anestesiologistas estavam de acordo com os níveis reais de inserção dos cateteres em 563 casos (67%). Quando os anestesiologistas objetivaram identificar o nível L2-3, descobrimos que a inserção do cateter foi em L1-2 em cinco casos (4,9%), dos quais nenhum apresentou qualquer déficit neurológico pós-operatório. Nenhuma das variáveis avaliadas estava significativamente associada à identificação errônea do nível interespinhoso pelos anestesiologistas. CONCLUSÃO: Houve uma discrepância entre o nível estimado pela palpação dos anestesiologistas e o nível real de inserção do cateter mostrado nas radiografias. Parece ser mais seguro escolher o nível interespinhoso L3-4, ou mais baixo, em raquianestesia.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: Palpation has been shown to be rather inaccurate at identifying lumbar interspinous spaces in neuraxial anesthesia. The aim of this study is to assess the accuracy of the determination of the lumbar interspinous spaces by anesthesiologist's palpation using post-operative X-rays in obstetric patients. METHODS: We reviewed the anesthetic record and the post-operative abdominal X-rays of the cesarean sections. We indwelled the epidural catheter for post-operative one-shot analgesia. We included combined spinal and epidural anesthesia cases and compared the interspinous level which the anesthesiologist recorded and the epidural catheter insertion level confirmed by abdominal X-ray for each case. We also evaluated the factors (age, body weight, height, Body Mass Index, gestational age, and the type of surgery [planned / emergency]) leading to misidentification of interspinous level. RESULTS: Nine hundred and sixty seven cesarean sections were performed and a total of 835 cases were evaluated. The levels of the puncture documented by the anesthesiologists were in agreement with the actual catheter insertion levels in 563 (67%) cases. When the anesthesiologists aimed at L2-3 level, we found the catheter insertion at L1-2 in 5 cases (4.9%), none of which had any post-operative neurological deficits. No variables evaluated were significantly associated with misidentification of interspinous level by the anesthesiologists. CONCLUSIONS: There was a discrepancy between the anesthesiologists' estimation by palpation and the actual catheter insertion level shown in X-rays. It seems to be safer to choose the interspinous level L3-4 or lower in spinal anesthesia.
JUSTIFICATIVA Y OBJETIVOS: Está comprobado que la palpación no es muy exacta para identificar los espacios interespinosos lumbares en la anestesia neuroaxial. El objetivo de este estudio, fue evaluar la precisión para determinar los espacios interespinosos lumbares a través de la palpación por anestesiólogos con el uso de radiografías postoperatorias de pacientes obstétricas. MÉTODOS: Revisamos los registros anestésicos y las radiografías abdominales postoperatorias de cesáreas. Insertamos el catéter epidural para la analgesia postoperatoria con una dosis única. Incluimos casos de anestesia combinada raqui-epidural y comparamos el nivel interespinoso registrado por el anestesiólogo y el nivel de inserción del catéter epidural confirmado por la radiografía abdominal de cada caso. También evaluamos los factores (edad, peso, altura, Índice de Masa Corporal, edad gestacional y tipo de cirugía [programada/emergencia]), que que levaram à identifi cação errônea do nível interespinhoso. RESULTADOS: Se evaluaron 835 cesáreas de las 967 que se hicieron. Los niveles de las punciones documentados por los anestesiólogos estaban a tono con los niveles reales de inserción de los catéteres en 563 casos (67%). Cuando los anestesiólogos quisieron identificar el nivel L2-3, descubrimos que la inserción del catéter fue en L1-2 en cinco casos (4,9%), de los cuales ninguno tuvo ningún déficit neurológico postoperatorio. Ninguna de las variables evaluadas estaba significativamente asociada con la identificación equivocada del nivel interespinoso por los anestesiólogos. CONCLUSIONES: Hubo una discrepancia entre el nivel estimado por la palpación de los anestesiólogos y el nivel real de inserción del catéter mostrado en las radiografías. Parece ser más seguro escoger el nivel interespinoso L3-4, o más bajo, en raquianestesia.